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AVIAÇÃO
Decisão da OMC só sai em agosto
Brasil só mudará Proex após acerto com Canadá
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DE LONDRES
O Brasil só deve mudar as regras
do Proex (Programa de Estímulo
às Exportações) depois de acertada uma solução com o Canadá.
Segundo o embaixador José Alfredo Graça Lima, chefe da delegação das negociações com o Canadá, caso os canadenses decidam impor restrições contra produtos brasileiros, o Brasil não precisaria adequar o Proex às regras
impostas pela OMC.
"Não teríamos que mudá-lo,
pela lógica", disse o embaixador,
referindo-se à hipótese de o Canadá impor restrições ao Brasil, em
vez de aceitar as concessões como
compensação pela manutenção
dos contratos antigos da Embraer
que se beneficiarão do subsídio
para a exportação.
A interpretação da diplomacia,
nesse caso, é que o Brasil estaria
sendo punido por manter o
Proex, portanto, ganharia o direito de não modificá-lo.
O Canadá pediu autorização à
OMC para retaliar produtos brasileiros no valor de US$ 3,5 bilhões. A resposta do órgão deveria
ser dada ontem, mas os juizes da
OMC pediram até o dia 23 de
agosto para analisar com mais
cuidado o caso.
Até o final do próximo mês, Canadá e Brasil devem se reunir pela
quarta vez para negociar um
acordo que evite as retaliações.
Segundo Graça Lima, os próprios
canadenses propuseram uma
próxima reunião, no Brasil.
Ele disse que os negociadores
não estão trabalhando com a hipótese de não modificar o Proex,
pois apostam que será fechado
um acordo. Nesse acordo, o Brasil
modificaria o Proex e pagaria
compensações ao Canadá e não
precisaria mudar os contratos da
Embraer, considerados ilegais do
ponto de vista da OMC, mas que
já estão assinados.
Segundo o embaixador, enquanto as regras do Proex não forem modificadas, do ponto de
vista legal, a Embraer poderá continuar usando o estímulo para exportar.
Encomendas
A Embraer recebeu ontem mais
US$ 250 milhões em encomendas
de aviões, no terceiro dia da feira
de aviação de Farnborough. Segundo a Embraer, empresas da
China, Suécia, Áustria e Caribe
compraram 11 jatos para vôos regionais.
Desde o início da feira, na segunda-feira, a Embraer já recebeu
US$ 4,25 bilhões em encomendas,
incluindo desde os negócios garantidos às opções de compras futuras. As encomendas incluem
desde os modelos mais antigos,
como ERJ 135, ERJ 145 e ERJ 170,
aos lançamentos ERJ 145XR e Legacy. Ontem, a Embraer fechou
negócio com a Air Caraibes, uma
nova empresa caribenha, e com a
chinesa Sichuan Airline.
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