São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000


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AVIAÇÃO
Decisão da OMC só sai em agosto
Brasil só mudará Proex após acerto com Canadá

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DE LONDRES

O Brasil só deve mudar as regras do Proex (Programa de Estímulo às Exportações) depois de acertada uma solução com o Canadá. Segundo o embaixador José Alfredo Graça Lima, chefe da delegação das negociações com o Canadá, caso os canadenses decidam impor restrições contra produtos brasileiros, o Brasil não precisaria adequar o Proex às regras impostas pela OMC.
"Não teríamos que mudá-lo, pela lógica", disse o embaixador, referindo-se à hipótese de o Canadá impor restrições ao Brasil, em vez de aceitar as concessões como compensação pela manutenção dos contratos antigos da Embraer que se beneficiarão do subsídio para a exportação.
A interpretação da diplomacia, nesse caso, é que o Brasil estaria sendo punido por manter o Proex, portanto, ganharia o direito de não modificá-lo.
O Canadá pediu autorização à OMC para retaliar produtos brasileiros no valor de US$ 3,5 bilhões. A resposta do órgão deveria ser dada ontem, mas os juizes da OMC pediram até o dia 23 de agosto para analisar com mais cuidado o caso.
Até o final do próximo mês, Canadá e Brasil devem se reunir pela quarta vez para negociar um acordo que evite as retaliações. Segundo Graça Lima, os próprios canadenses propuseram uma próxima reunião, no Brasil.
Ele disse que os negociadores não estão trabalhando com a hipótese de não modificar o Proex, pois apostam que será fechado um acordo. Nesse acordo, o Brasil modificaria o Proex e pagaria compensações ao Canadá e não precisaria mudar os contratos da Embraer, considerados ilegais do ponto de vista da OMC, mas que já estão assinados.
Segundo o embaixador, enquanto as regras do Proex não forem modificadas, do ponto de vista legal, a Embraer poderá continuar usando o estímulo para exportar.

Encomendas
A Embraer recebeu ontem mais US$ 250 milhões em encomendas de aviões, no terceiro dia da feira de aviação de Farnborough. Segundo a Embraer, empresas da China, Suécia, Áustria e Caribe compraram 11 jatos para vôos regionais.
Desde o início da feira, na segunda-feira, a Embraer já recebeu US$ 4,25 bilhões em encomendas, incluindo desde os negócios garantidos às opções de compras futuras. As encomendas incluem desde os modelos mais antigos, como ERJ 135, ERJ 145 e ERJ 170, aos lançamentos ERJ 145XR e Legacy. Ontem, a Embraer fechou negócio com a Air Caraibes, uma nova empresa caribenha, e com a chinesa Sichuan Airline.



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