JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo prorrogou o prazo para a aplicação do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em ações da Petrobras. Os trabalhadores terão até o próximo dia 7 para adquirir os papéis.
O calendário original previa o encerramento do prazo na segunda-feira, 31 de julho. O adiamento atendeu a pedidos das centrais sindicais.
Na semana passada, líderes sindicais estiveram com o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e reivindicaram mais tempo para os trabalhadores interessados optarem pela compra dessas ações.
O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, anunciou ontem a prorrogação.
De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, Dornelles ligou pessoalmente para as centrais sindicais para comunicar a decisão.

Compreensão
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, no encontro com Fernando Henrique Cardoso, argumentou que os trabalhadores ainda não tinham entendido o processo de aquisição dos papéis da estatal.

Valores
A compra das ações com recursos do FGTS pode atingir a marca de R$ 3 bilhões. Mas a expectativa do governo é alcançar cerca de R$ 1 bilhão.
Para aplicar o dinheiro do FGTS, o trabalhador precisa recorrer a um fundo mútuo. Ele só poderá investir 50% do saldo da conta vinculada do FGTS nos papéis da Petrobras.

Encontro
Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Francisco Gros, estiveram reunidos para discutir o assunto. O BNDES coordena o processo de oferta global das ações.
O diretor de Administração de Ativos de Terceiros da Caixa Econômica Federal, Jorge Luiz Ávila, disse que os bancos não estão autorizados a divulgar balanços das aplicações. Os números estão centralizados no BNDES.
"Mas a cada dia aumenta a procura nas agências. O adiamento do prazo vai garantir um maior volume de aplicações", afirmou o diretor.
O trabalhador interessado em investir o dinheiro do FGTS nessas ações deve tirar um extrato do saldo de sua conta. Na hora de escolher o fundo mútuo, lembra Ávila, é preciso prestar atenção nas taxas de administração cobradas pelos bancos.
Uma outra dica é procurar fundos maiores, pois os custos de administração do grupo acabam sendo rateados por um número maior de pessoas.


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