São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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Choque de oferta
Armínio Fraga, presidente do Banco Central, diz não acreditar na possibilidade de a inflação superar a meta de 6% . A seu ver, os índices de preços devem começar a cair a partir de agora. De acordo com Fraga, está muito claro que a alta nas taxas foi provocada por um choque de oferta. Não há, segundo ele, sinais de pressão de demanda.

Núcleo de inflação
O otimismo de Fraga se baseia no comportamento do chamado núcleo de inflação, que é calculado pelo Banco Central e expurga as grandes oscilações de preços. O que esse índice mostra é que não houve uma alta generalizada de preços nos últimos meses.

Copom
Sobre a decisão do Copom de não mexer nos juros, Fraga preferiu não se pronunciar. Ele diz que a ata da reunião, que será divulgada na próxima quinta-feira, explicará com detalhes os motivos que levaram o BC a tomar essa decisão.

Para baixo
De fato, não há mesmo sinais de oscilações maiores no núcleo de inflação. De acordo com os cálculos de Celso Toledo, da MB Associados, o núcleo da inflação do IPCA foi de 0,45% em abril, 0,27% em maio, 0,33% em junho e 0,35% em julho. Esses números mostram claramente que há mesmo estabilidade. "A inflação só subirá se o governo quiser", diz Toledo.

Recomposição
A queda-de-braço que está ocorrendo entre a indústria e os supermercados para reajuste de preços também está longe de ser um sinal de aumento da demanda, segundo o economista Roberto Padovani, da consultoria Tendências. O que está ocorrendo, na sua opinião, é uma pressão da indústria com a finalidade de recomposição das margens de lucro.

Banespa
Fraga ainda acha provável marcar a venda do Banespa para este ano. Tudo depende da decisão do Supremo Tribunal Federal. "Se a decisão for a nosso favor, ainda há tempo", disse.

Davi e Golias
Comparadas às corporações norte-americanas, as empresas brasileiras são muito pequenas. O economista Salomão Lipcovitch da Silva, da Fundação Getúlio Vargas do Rio, fez as contas. O tamanho da diferença entre elas é espantoso. As 500 maiores empresas brasileiras faturam US$ 200 bilhões, e as 500 maiores norte-americanas, mais de US$ 6 trilhões por ano -ou US$ 1 das brasileiras para US$ 30 das norte-americanas.

Capital
Mas também há diferenças importantes entre a estrutura de capital das empresas nos dois países. As companhias norte-americanas contam normalmente com muito mais recursos de terceiros do que as brasileiras. Enquanto no Brasil a proporção é de R$ 1 próprio para R$ 1 de terceiros, nos Estados Unidos é de quase R$ 1 para R$ 8.

Dificuldades
Cerca de 42% das empresas do comércio varejista paulista enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos neste mês e 12% delas já começam a atrasar suas contas. Segundo a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, a falta de caixa é o principal motivo.

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