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Crítica sobre a dívida é rebatida
DO ENVIADO A WASHINGTON
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, rebateu avaliações negativas sobre a administração da dívida pública brasileira durante seminário nos EUA com investidores de bancos estrangeiros.
Ele disse que os prazos da dívida
podem ser encurtados, mas que
ela é perfeitamente administrável.
"Nunca tivemos no Brasil, e passamos por muitas crises no passado, nenhum problema para lidar
com a dívida interna. Acho que
existe um excesso de preocupação
por parte do mercado", afirmou.
Ele refutou o argumento de que
não teria fatos concretos a mostrar. "Há fatos que mostram que,
na região [e eu me referi ao Brasil,
mas à região também -América
Latina", nós tivemos mudanças
estruturais muito significativas na
política, nas instituições, na economia e nas interações entre os
três [fatores", que estão equilibradas", disse.
Diretor de um dos maiores fundos de investimento do mundo
(Pimco) e considerado um dos
maiores especialistas em mercados emergentes, Muhamed El-Erian apresentou uma visão
oposta à dos analistas de bancos.
Ele afirmou que quem mantiver
seus investimentos no mercado
financeiro vai lucrar. "Vai ser
uma viagem acidentada, mas que
vai premiar os investidores."
Em sua opinião, a economia
mundial vai se tornar um lugar
menos hostil para um país como
o Brasil.
Para El-Erian, os analistas estão
cometendo com o Brasil os mesmo erros que tiveram em relação
à Argentina, mas de forma inversa. "Eles estão colocando números que são números de pânico, e
chegando à conclusão de que a dívida é insustentável. De fato, está
errado. O mesmo tipo de erro que
os levou a fazer uma previsão errada sobre a Argentina, dizendo
que a dívida era sustentável. É o
mesmo erro que agora está levando os analistas a serem negativos
demais sobre o Brasil. E, quando
olhamos em termos de números
básicos, achamos que a dívida é
sustentável", afirmou.
Para ele, se o candidato do PT à
Presidência, Luiz Inácio Lula da
Silva, vencer as eleições, terá de
dar sinais para acalmar o mercado o mais cedo possível. "A questão crítica, se Lula vencer, é dar
um sinal, muito cedo, de que ele
pretende manter a atual política
econômica", disse.
(LS)
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