São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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Bancos voltam a impor pressão sobre o câmbio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diferentemente do que vinha acontecendo até agosto, a principal pressão sobre a cotação do dólar neste mês não veio das empresas, que buscavam recursos para pagar dívidas assumidas no exterior. A maior procura pela moeda norte-americana ocorreu por parte dos bancos.
Até anteontem, os bancos haviam comprado US$ 1,086 bilhão para as suas carteiras. As empresas, por sua vez, venderam US$ 932 milhões no mercado neste mesmo período. Essas vendas se referem ao investimento estrangeiro recebido e também incluem os empréstimos externos obtidos no exterior.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que esse movimento é normal e que a procura por dólares por parte de bancos e empresas varia ao longo do ano.
Desde abril deste ano, o fluxo de dólares relativo a operações das empresas não ficava positivo. A forte procura pela moeda norte-americana por parte dessas companhias refletia as dificuldades enfrentadas na renovação de empréstimos externos.
Nos últimos meses, as turbulências observadas no mercado internacional fizeram muitos investidores reduzir o total de recursos aplicados nos países emergentes. Com isso, muitas empresas brasileiras não conseguiram renovar suas dívidas, sendo obrigadas a enviar dinheiro para o exterior para quitar suas obrigações.

CC-5
Além do aumento da procura de dólares por parte dos bancos, outro fator de pressão sobre a taxa de câmbio foram as remessas de recursos para o exterior feitas pelas CC-5 (contas em dólar mantidas por pessoas ou empresas residentes ou instaladas no exterior).
Até anteontem, US$ 1,174 bilhão havia deixado o país pelas CC-5. O valor está próximo ao US$ 1,633 bilhão registrado ao longo de todo o mês de agosto.
Neste ano, as remessas pelas contas CC-5 já somam US$ 6,6 bilhões. A expectativa do BC é que, até o final de 2002, esse número chegue a US$ 8,5 bilhões, ante US$ 3,9 bilhões em 2001.


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