São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Importado mais caro paralisa produção na LG

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

A LG Eletronics paralisou ontem a produção de monitores e anunciou férias coletivas em Taubaté (130 km de São Paulo), pela terceira vez no ano, aos 400 metalúrgicos que haviam retornado anteontem ao trabalho.
A alta do dólar é uma das alegações apresentadas para justificar a paralisação das atividades.
Com a parada, a indústria vai deixar de produzir cerca de 40 mil monitores e pode suspender a fabricação de outras 24 mil unidades de CD-ROM com a desativação das duas linhas de produção.
Na próxima semana, outros 60 funcionários da linha de CD-ROM, que retornarão de um período de 15 dias de férias coletivas, devem ser atingidos pela crise.
A unidade de Taubaté produz, além de monitores e CD-ROM, aparelhos de telefones celular. No período de 7 a 18 de outubro, somente os 300 funcionários do setor administrativo e de atendimento ao cliente vão trabalhar.
Além das coletivas, a empresa discute hoje com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté uma alternativa aos nove dias de licença remunerada, até o dia 6, antes do início das férias.
Com a terceira suspensão da produção no ano, as férias individuais dos metalúrgicos do ano que vem já estão comprometidas.
A terceira paralisação é proibida por lei, mas o sindicato vai protocolar uma justificativa no Ministério do Trabalho demonstrando que aceita a medida anunciada pela indústria.
"É melhor isso do que perder o emprego. Os metalúrgicos estão aceitando porque a empresa informou que não há o que fazer e não pensa em cortar. Temos que negociar. Não podemos ser radicais", afirmou um dos diretores do sindicato, Aloísio de Freitas.
Segundo Freitas, a empresa informou à categoria que enquanto o dólar se mantiver em alta a indústria não tem condições de comprar equipamentos e manter a produção.
A LG já havia ameaçado parar e transferir a produção de seus equipamentos para Manaus supostamente para pressionar o governo paulista a reduzir impostos.


Texto Anterior: Brasil é principal foco de contágio na América Latina, diz agência
Próximo Texto: Bancos voltam a impor pressão sobre o câmbio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.