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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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Alencar critica juros pagos para credor externo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao defender a queda da taxa de juros, hoje em 20% ao ano, o presidente interino, José Alencar, afirmou que o Brasil "não pode ficar ajoelhado e pagando esse custo dessa dívida que mata a economia". Para ele, "é um despropósito o custo do capital no Brasil".
Mais tarde, em entrevista, ele disse que não estava se referindo aos juros da dívida externa. "O que eu falo é que nós precisamos colocar os custos de capital no Brasil, ou seja, os juros, em patamar de mercado internacional. Do contrário, nós estamos submetendo a economia brasileira a um tratamento desigual, porque, enquanto a produção brasileira paga X de juros, a produção lá fora paga um décimo desse X."
Segundo Alencar, alguém poderá perguntar por que ele, sendo vice-presidente da República, não faz nada. "Nós estamos tentando fazer. O poder é muito relativo."
Alencar afirmou que mais de 50 milhões de brasileiros passam sérias dificuldades, embora o país seja um dos "mais ricos do mundo". Segundo ele, o país está transferindo "um absurdo" de dinheiro para o exterior, em razão dessas taxas despropositadas.
"Alguém poderá dizer: mas o vice-presidente da República está falando em calote? Não, o Brasil não precisa disso", afirmou.
O presidente interino citou que o país pagou de juros da dívida externa no primeiro trimestre deste ano mais de 12% do PIB (Produto Interno Bruto), o equivalente a R$ 44 bilhões. "Nós temos que despertar. Nós temos que mudar o nosso comportamento", disse.


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