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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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ÁGUIA

No ano passado, quase 34,6 milhões de americanos eram considerados pobres

Pobreza cresce e renda cai nos EUA

DA REDAÇÃO

Apesar de a economia dos Estados Unidos ter crescido 2,4% no ano passado, os americanos ficaram mais pobres e ganharam menos no período. Pesquisa do Census Bureau, órgão de estatísticas dos EUA, mostra que a taxa de pobreza no país subiu para 12,1% no ano passado, contra 11,7% em 2001. Quase 34,6 milhões de pessoas estavam vivendo na pobreza em 2002, ou seja, 1,7 milhão de pessoas a mais do que em 2001.
A renda média das famílias caiu 1,1% no ano passado em relação a 2001, para US$ 42.409 por ano, já descontada a inflação do período.
A taxa de pobreza subiu novamente depois de apresentar queda por quase uma década. Em 2000, atingiu seu menor nível em mais de 25 anos (11,3%). Os níveis de renda subiram durante a maior parte da década de 90, depois ficaram estáveis em 2000 e caíram nos dois últimos anos.
Para Bill Spriggs, diretor de pesquisa e política pública da Liga Urbana Nacional, os números são assustadores. "Essa pode se tornar a pior virada em 30 anos", disse. "Vemos que as pessoas estão entrando cada vez mais fundo na pobreza porque a economia não está gerando empregos."
Analistas já previam que o aumento do desemprego no último ano e a economia ainda vacilante fariam aumentar a pobreza e diminuir a renda para a maior parte da população, ainda que a recessão tenha terminado oficialmente em 2001.
Para Daniel Weinberg, estatístico do Bureau, as mudanças estão relacionadas à última recessão. "O ponto mais alto no ciclo da pobreza e o ponto mais baixo na renda tendem a vir um ano depois da recessão", afirmou.
A posição da Casa Branca mescla o otimismo com o avanço da economia com a preocupação com o fraco desempenho do mercado de trabalho. "A economia está se movendo na direção certa", disse Scott McClellan, porta-voz do presidente George W. Bush. "Mas o presidente não está satisfeito. É importante criar condições para o emprego crescer."
As estimativas vêm de pesquisa anual com 78 mil famílias. Os dados foram coletados em março.
O limite considerado a linha da pobreza varia dependendo do tamanho e das características da família. Por exemplo, uma pessoa com menos de 65 anos que morava sozinha em 2002 era considerada pobre se sua renda anual fosse de US$ 9.359 ou menos; para uma família com três pessoas, incluindo uma criança, o limite já era maior: de US$ 14.480.
As Bolsas fecharam ontem em queda, afetadas pelos indicadores e também pela expectativa acerca dos resultados corporativos do terceiro trimestre, que começam a ser publicados no mês que vem. O Dow Jones recuou 0,33%.


Com agências internacionais


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