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PV vai entrar com ação no Supremo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do Partido Verde na Câmara, deputado Sarney Filho
(MA), afirmou ontem que o partido vai entrar com uma Adin
(Ação Direta de Inconstitucionalidade), no Supremo Tribunal Federal, contra a medida provisória
que liberou o plantio de soja
transgênica na próxima safra.
"A MP editada no começo deste
ano, que hoje é lei, diz que a soja
deverá ser comercializada como
grão, sendo vedada sua utilização
ou comercialização como semente. Isso [nova MP] é um absurdo
jurídico que querem impor à nação. O crime que foi cometido pela burla de uma lei foi compensado", disse ele, em pronunciamento no plenário da Casa.
Sarney Filho, que foi ministro
do Meio Ambiente no governo
passado, também criticou o "desprezo" do atual governo em relação a esse ministério. A ministra
Marina Silva tentou evitar a assinatura da MP, mas prevaleceu a
posição do ministro Roberto Rodrigues (Agricultura).
Para o deputado Adão Pretto
(PT-RS), do núcleo agrário do
partido, além de danos à saúde e
ao ambiente, a liberação afeta o
país economicamente.
"O Brasil está liderando o mercado. Os maiores produtores
além do Brasil são os Estados Unidos e a Argentina, que já estão
com o solo contaminado pelos
transgênicos. Os europeus e os
chineses preferem a soja convencional. Agora, vão comprar dos
Estados Unidos, que podem vender por menor preço porque têm
subsídios", disse o petista.
Ele é uma das exceções na bancada gaúcha. O RS é o principal
beneficiado com a medida. Apesar de proibido, o Estado já usava
sementes geneticamente modificadas havia cerca de seis anos.
"Não tinha outra alternativa. A
não-edição da MP levaria a um
conflito com 150 mil produtores
só no RS, 94% deles com menos
de 50 hectares. Não é uma opção
para a política de biossegurança, é
uma necessidade diante da realidade encontrada", afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS),
um dos que viajaram em junho
para os EUA e a África do Sul a
convite da Monsanto e da Embaixada dos Estados Unidos.
"Não é a medida ideal porque
tem excesso de restrições, não define se o país quer continuar ou
não com a biotecnologia. Mas foi
uma questão de lógica e de coerência", disse o deputado Francisco Turra (PP-RS), ex-ministro da
Agricultura.
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