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Brasil cai em ranking de competitividade global
País fica em 66º, caindo 9 posições em relação a 2005; Suíça tira EUA da liderança
Desempenho fiscal ruim,
altas taxas de juros e baixa
qualidade das instituições
prejudicam desempenho do país, diz Fórum Econômico
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil tornou-se menos
competitivo desde o ano passado, estima relatório do Fórum
Econômico Mundial divulgado
ontem. Dentre 125 países analisados pela instituição, o Brasil
ficou em 66º lugar, perdendo
nove posições em relação ao relatório anterior, de 2005, quando ocupara a 57ª posição. A lista
é liderada pela Suíça, seguida
da Finlândia e da Suécia. Os
EUA ficaram em 6º lugar, eram
os primeiros em 2005.
A economia brasileira aparece atrás de países como o México (58º), China (54º), Índia
(43º) e Chile (27º), o líder na
América Latina. A despeito de
toda a melhora alardeada pelo
governo -o atual e os anteriores-, os desequilíbrios macroeconômicos estão entre os
fatores que mais contribuíram
para a piora do país no ranking.
A nova metodologia do Fórum considera nove pilares que contribuem para a melhora (ou
piora) da competitividade. O
Brasil obtém pior colocação,
114º, justamente no ranking do
"pilar macroeconômico".
"O Brasil sofre com altos níveis de endividamento público", relata documento da ONG
suíça. Mesmo admitindo que o
desempenho fiscal brasileiro
melhorou nos últimos anos, o
relatório ressalta que "estas são
melhoras sobre o próprio desempenho brasileiro medíocre
do passado e não em comparação com o desempenho fiscal
de outros países".
Além disso, o relatório menciona as "distorções do sistema
financeiro", lembrando que as
altas taxas de juros limitam o
investimento e impedem a intermediação de recursos para
pequenos e médios empreendimentos. "A taxa básica de juros
está acima de 15% [quando o
relatório foi redigido, hoje é de
14,25%], extremamente alta
para os padrões internacionais,
em um período em que as taxas
de inflação em todo o mundo
têm caído continuamente."
O Brasil vai mal também
quando o quesito é a qualidade
das instituições do país. Contribuem para o desempenho, segundo o documento, a dificuldade e a lentidão em abrir e fechar negócios, o excesso de burocracia, a percepção de que a
corrupção é alta e a conseqüente desconfiança nas autoridades públicas e a existência de
uma economia formal "enorme, perto de 40% do total".
Completa o grupo de fatores
que mais pesam para o desempenho ruim do país no ranking
a qualidade da educação. Na
avaliação do relatório, a educação básica e secundária é caracterizada por baixa qualidade e
grandes taxas de desistência,
enquanto a educação superior
pública tende a beneficiar as famílias de renda mais alta.
Vale lembrar que o indicador
de competitividade tem pouco
a ver com o desempenho comercial do país. Se é verdade
que uma abertura comercial
maior é considerada como ponto positivo, ela é apenas um de
muitos fatores considerados.
Para o Fórum, a competitividade de um país é formada pelo
conjunto de fatores que acabam determinando o nível de
produtividade no país. Quanto
maior esse nível, maiores são as
taxas de retorno de investimentos e, portanto, maior a capacidade de crescer e melhorar
a qualidade de vida.
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