Bolsa de SP registrou alta de 2,42%; dólar recua 1,26%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado doméstico deixou ontem de lado o turbulento cenário político-eleitoral e recuperou parte das recentes perdas. A Bolsa de Valores de São Paulo, na esteira do mercado de ações norte-americano, teve valorização de 2,42%.
O câmbio também teve um dia de maior tranqüilidade no Brasil: o dólar caiu 1,26% e voltou a ficar abaixo de R$ 2,20 -a moeda fechou ontem vendida a R$ 2,193.
A divulgação da melhora na confiança do consumidor norte-americano deu ânimo às Bolsas do país. O índice Dow Jones, o mais relevante da Bolsa de Nova York, bateu ontem no segundo maior nível de sua história, ao registrar valorização de 0,81%. A Nasdaq teve alta de 0,55%.
Segundo o instituto Conference Board, a confiança do consumidor americano melhorou neste mês. O índice que mede esse sentimento foi de 100,2 em agosto para 104,5 agora. O resultado foi melhor que o projetado pelos analistas em Wall Street, que esperavam que o indicador tivesse ficado próximo de 102,5.
Lynn Franco, diretora do Centro de Pesquisa do Consumidor do instituto, disse que "uma avaliação mais favorável das condições correntes, associada a uma perspectiva de curto prazo menos pessimista, impulsionou a confiança do consumidor neste mês".
O maior otimismo com o consumo eleva as expectativas positivas em relação aos resultados das empresas. Por isso, as ações de muitas companhias subiram ontem.
O índice de atividade industrial apresentado pelo Fed (banco central dos Estados Unidos) de Richmond também veio melhor que o esperado, ajudando no bom clima do mercado global ontem.

Empresas
A Bolsa paulista também foi ajudada por comunicados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em relação a questões envolvendo a Telemar e a Arcelor Brasil.
O papel ordinário da Telemar foi o terceiro mais negociado do pregão e subiu 6,48%; o preferencial ganhou 3,96%. A CVM anunciou decisão de que tanto os detentores de ações PN como os de ON da Telemar poderão votar na assembléia onde será aprovada (ou rejeitada) sua reestruturação societária.
Já a ação ON da Arcelor Brasil se valorizou 7,12%. A CVM manteve sua decisão que faz com que a Mittal tenha de estender a oferta de compra de ações da Arcelor aos acionistas brasileiros da empresa.
Com o cenário mais favorável de ontem, o noticiário político saiu um pouco do foco central dos investidores. Mas hoje, com a agenda fraca em eventos relevantes, o dia pode voltar a ser de cautela no mercado.
O risco-país brasileiro, medido pelo JP Morgan, recuou 2,40% e encerrou as operações de ontem a 244 pontos.

Real em alta
No mercado de câmbio, as atuações do Banco Central não ameaçaram a apreciação do real em nenhum momento. A alta do dólar nos últimos dias atraiu muitos exportadores para a ponta de venda.
O BC realizou ontem leilão para vender contratos de "swap cambial reverso" -a operação movimentou US$ 212,2 milhões. Esses contratos têm o efeito de compras de dólares no mercado futuro, representando aumento na demanda pela moeda. A autoridade monetária também comprou dólares no mercado à vista, diretamente dos bancos.
O dólar ainda acumula valorização de 2,24% diante do real neste mês.


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