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BOLSAS
Ações das 13 novas teles somadas ficam mais caras do que os Recibos
Investidor ganha com preço diferente da mesma Telebrás
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
As ações das 13 empresas resultantes da cisão da Telebrás estão
na Bolsa de Valores de São Paulo
há apenas uma semana. Mas as
corretoras já encontraram uma
nova forma de ganhar dinheiro
com elas e com o Recibo, um clone do que era a antiga Telebrás.
Trata-se de uma operação de
"arbitragem" entre os 13 papéis
e o Recibo, no jargão do mercado.
Essa operação tornou-se possível graças a mais uma das incoerências do mercado financeiro: o
Recibo, que reúne as 13 empresas
resultantes da cisão da Telebrás,
está valendo menos do que as 13
novas ações somadas.
Na sexta-feira, por exemplo, o
Recibo PN (sem direito a voto) fechou cotado a R$ 85,50 o lote de
mil, contra a cotação de R$ 86,75 o
lote de mil das 13 ações das teles
resultantes da cisão.
A troca dos Recibos pelas ações é
grátis. A troca das ações pelo Recibo também. Essas trocas podem
ser feitas a qualquer momento.
As corretoras passaram a ganhar
dinheiro da seguinte forma: vendem as ações a R$ 86,75 o lote de
mil. Compram os Recibos, a R$
85,50 e embolsam a diferença de
R$ 1,25. Os Recibos que foram
comprados são novamente convertidos em ações. As ações são
novamente vendidas. A diferença
é novamente embolsada. E assim
sucessivamente.
Segundo um especialista de banco estrangeiro, a prática só não é
mais comum porque as ações de
algumas teles ainda não são facilmente vendáveis. É trabalhoso encontrar comprador. O trabalho,
para instituições financeiras
maiores, acaba muitas vezes não
compensando o ganho.
Se a Bolsa de Valores de São Paulo ganhar mais volume de negociação e as ações das teles também, as operações de "arbitragem" podem ganhar mais espaço.
Mas houve uma corretora pequena que chegou a ganhar mais
de R$ 1 milhão só na quarta-feira
passada com a operação, para citar um exemplo.
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