São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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Medida provocou "avalanche" de ações desde 2002

DE BUENOS AIRES

O governo argentino pesificou os depósitos em conta corrente, poupança e aplicações a prazo fixo em janeiro de 2002. A pesificação foi uma das medidas tomadas para conter a crise econômica desencadeada pelo fim do regime de conversibilidade, em janeiro de 2002.
Em março de 1991, a equipe econômica do então presidente Carlos Menem, liderada pelo ex-ministro Domingo Cavallo, criou o plano de conversibilidade que estabeleceu a paridade entre os valores do peso argentino e do dólar americano.
Com a paridade, os bancos passaram a aceitar depósitos tanto em dólares como em pesos. O alto endividamento do país e o estancamento da economia a partir de 1998, porém, tornaram insustentável a manutenção dessa paridade.
Em dezembro de 2001, com a iminência da desvalorização do peso, o governo restringiu as movimentações bancárias para evitar uma corrida aos bancos. A medida ficou conhecida como "corralito". Em janeiro de 2002, o governo desvalorizou o peso. Na época um dólar, que valia um peso, passou a valer 3,2 pesos, mas o governo determinou que os depósitos em dólares fossem pesificados com taxa de câmbio de 1,40 peso para cada dólar.
A medida gerou uma avalanche de processos na Justiça, movidos por correntistas e investidores que queriam recuperar seus depósitos em dólares. O dinheiro do "corralito" já foi devolvido, mas os correntistas que não aceitaram a conversão das aplicações em pesos receberam títulos do governo com valor em dólar -que foram afetados pela moratória da dívida, em 2001.


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