São Paulo, Sábado, 27 de Novembro de 1999


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MÍDIA
Grupos britânicos United News e Carlton Communications se associam em negócio de US$ 13 bilhões
Fusão une TVs e jornais na Inglaterra

FÁBIO ZANINI
de Londres

Dois dos principais grupos de comunicação britânicos -United News and Media e Carlton Communications- anunciaram ontem que estão se fundindo.
O negócio criará uma empresa com valor de mercado estimado em 8 bilhões de libras esterlinas (cerca de US$ 13 bilhões), que terá penetração nos segmentos de televisão regional e nacional, tecnologia digital e jornais.
Será a maior rede de TV comercial do país, ultrapassando a atual líder, BSkyB, de propriedade do magnata Rupert Murdoch.
Segundo comunicado divulgado ontem, a Carlton, por ser ligeiramente maior, terá o controle de 52% das ações da nova companhia, enquanto a United ficará com os restantes 48%.
Respeitando essa proporção, a Carlton indicará seu presidente, Michael Green, para exercer o mesmo cargo na nova empresa.
O presidente da United, Clive Hollick, será designado diretor-executivo da companhia surgida a partir da fusão, que ainda não tem nome definido.
Tanto a Carlton como a United têm presença forte no lucrativo mercado de TVs conhecido como ITV, ou "TV independente". Trata-se dos canais regionais que concorrem com a estatal BBC e com redes privadas nacionais.

Ações sobem
O anúncio da fusão foi recebido com otimismo pelo mercado. As ações da Carlton fecharam em alta de 5,8% na Bolsa de Valores de Londres, enquanto as da United valorizaram-se 2%.
A Carlton é, atualmente, a segunda maior rede de TV comercial do país, tendo registrado, nos últimos 12 meses, faturamento equivalente a US$ 3 bilhões e lucro de US$ 500 milhões.
A empresa controla canais regionais em Londres e nas áreas central e oeste da Inglaterra, além de deter 20% da emissora nacional ITN e 50% da Ondigital, empresa especializada em tecnologia de TV digital.
Já a United News and Media possui canais regionais ingleses e também detém 20% da ITN e 29% da emissora Channel 5.
No segmento de jornais, o grupo controla os tablóides "The Express" e "Daily Star", que, juntos, têm circulação diária de 2 milhões de exemplares.

Obstáculo
A fusão das duas empresas ainda precisa ser aprovada pelas agências do governo que regulam a concentração de mercado.
O maior obstáculo a isso é uma lei que afirma que uma única empresa de comunicação pode deter, no máximo, 25% da verba publicitária destinada à televisão.
Segundo analistas do negócio, é provável que a nova companhia ultrapasse essa barreira. Uma possível solução para esse empecilho seria a venda de alguns dos canais regionais.
Analistas de telecomunicações avaliam que o meganegócio poderá provocar uma concentração ainda maior de mercado.
O próximo passo seria a nova empresa tentar absorver a Granada, a terceira gigante do segmento de ITV.
"Estamos convencidos de que, com a junção das duas empresas, vamos formar a maior companhia de mídia do Reino Unido", disse Green à agência "Reuters".


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