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MÍDIA
Grupos britânicos United News e Carlton Communications se associam em negócio de US$ 13 bilhões
Fusão une TVs e jornais na Inglaterra
FÁBIO ZANINI
de Londres
Dois dos principais grupos de
comunicação britânicos -United News and Media e Carlton
Communications- anunciaram
ontem que estão se fundindo.
O negócio criará uma empresa
com valor de mercado estimado
em 8 bilhões de libras esterlinas
(cerca de US$ 13 bilhões), que terá
penetração nos segmentos de televisão regional e nacional, tecnologia digital e jornais.
Será a maior rede de TV comercial do país, ultrapassando a atual
líder, BSkyB, de propriedade do
magnata Rupert Murdoch.
Segundo comunicado divulgado ontem, a Carlton, por ser ligeiramente maior, terá o controle de
52% das ações da nova companhia, enquanto a United ficará
com os restantes 48%.
Respeitando essa proporção, a
Carlton indicará seu presidente,
Michael Green, para exercer o
mesmo cargo na nova empresa.
O presidente da United, Clive
Hollick, será designado diretor-executivo da companhia surgida a
partir da fusão, que ainda não tem
nome definido.
Tanto a Carlton como a United
têm presença forte no lucrativo
mercado de TVs conhecido como
ITV, ou "TV independente". Trata-se dos canais regionais que
concorrem com a estatal BBC e
com redes privadas nacionais.
Ações sobem
O anúncio da fusão foi recebido
com otimismo pelo mercado. As
ações da Carlton fecharam em alta de 5,8% na Bolsa de Valores de
Londres, enquanto as da United
valorizaram-se 2%.
A Carlton é, atualmente, a segunda maior rede de TV comercial do país, tendo registrado, nos
últimos 12 meses, faturamento
equivalente a US$ 3 bilhões e lucro de US$ 500 milhões.
A empresa controla canais regionais em Londres e nas áreas
central e oeste da Inglaterra, além
de deter 20% da emissora nacional ITN e 50% da Ondigital, empresa especializada em tecnologia
de TV digital.
Já a United News and Media
possui canais regionais ingleses e
também detém 20% da ITN e 29%
da emissora Channel 5.
No segmento de jornais, o grupo controla os tablóides "The Express" e "Daily Star", que, juntos,
têm circulação diária de 2 milhões
de exemplares.
Obstáculo
A fusão das duas empresas ainda precisa ser aprovada pelas
agências do governo que regulam
a concentração de mercado.
O maior obstáculo a isso é uma
lei que afirma que uma única empresa de comunicação pode deter,
no máximo, 25% da verba publicitária destinada à televisão.
Segundo analistas do negócio, é
provável que a nova companhia
ultrapasse essa barreira. Uma
possível solução para esse empecilho seria a venda de alguns dos
canais regionais.
Analistas de telecomunicações
avaliam que o meganegócio poderá provocar uma concentração
ainda maior de mercado.
O próximo passo seria a nova
empresa tentar absorver a Granada, a terceira gigante do segmento
de ITV.
"Estamos convencidos de que,
com a junção das duas empresas,
vamos formar a maior companhia de mídia do Reino Unido",
disse Green à agência "Reuters".
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