São Paulo, Sábado, 27 de Novembro de 1999


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PREÇOS
Amadeo diz que hipótese está sendo considerada para o início de 2000, mas no ano taxa superaria 6%
Para o governo, deflação poderá voltar

da Sucursal do Rio

e da Sucursal de Brasília

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Edward Amadeo, afirmou ontem que está trabalhando com a possibilidade de haver deflação (queda de preços) no primeiro trimestre do próximo ano.
Mesmo assim, disse que as maiores perspectivas são que a inflação do ano 2000 fique "um pouco acima" de 6%, mas dentro da meta fixada pelo governo, que é de 6%, com possibilidade de ficar dois pontos percentuais acima ou abaixo desse número.
"Não descarto a possibilidade de, no primeiro trimestre do ano que vem, haver uma deflação", afirmou. Segundo Amadeo, pelo menos em relação aos produtos agrícolas o governo "trabalha firmemente" com a hipótese de queda dos preços.
Na área dos não-agrícolas, o secretário disse que pode também haver queda de preços, principalmente se ocorrer uma esperada valorização do real em relação ao dólar norte-americano.
A valorização do real tornaria os produtos exportáveis mais baratos no mercado interno.
A hipótese de valorização do real, segundo Amadeo, está baseada na avaliação segundo a qual dois fatores aumentarão a oferta da moeda norte-americana, baixando com isso seu preço, no mercado brasileiro.
Um deles é a passagem do chamado bug do milênio, que estaria inibindo aplicações de investidores estrangeiros em economias emergentes pelo temor de problemas nos seus computadores na passagem para o ano 2000.
O segundo seria a redução da pressão sobre o mercado do dólar provocada pela concentração de vencimentos de compromissos de empresas brasileiras com financiadores externos.
Para o segundo trimestre de 2000, Amadeo admite haver o risco inflacionário trazido pela grande concentração de reajustes de tarifas públicas, mas, segundo ele, parte dessa pressão será anulada pelo efeito positivo que ainda virá dos preços agrícolas.
Para o secretário, os preços internacionais do petróleo já atingiram o pico e não tenderiam a pressionar a inflação no próximo ano. Ele ressalvou que esse é um problema a ser acompanhado, mas disse que, por enquanto, não se discute a possibilidade de reajuste dos combustíveis no Brasil.


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