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PREÇOS
Amadeo diz que hipótese está sendo considerada para o início de 2000, mas no ano taxa superaria 6%
Para o governo, deflação poderá voltar
da Sucursal do Rio
e da Sucursal de Brasília
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda,
Edward Amadeo, afirmou ontem
que está trabalhando com a possibilidade de haver deflação (queda de preços) no primeiro trimestre do próximo ano.
Mesmo assim, disse que as
maiores perspectivas são que a
inflação do ano 2000 fique "um
pouco acima" de 6%, mas dentro
da meta fixada pelo governo, que
é de 6%, com possibilidade de ficar dois pontos percentuais acima ou abaixo desse número.
"Não descarto a possibilidade
de, no primeiro trimestre do ano
que vem, haver uma deflação",
afirmou. Segundo Amadeo, pelo
menos em relação aos produtos
agrícolas o governo "trabalha firmemente" com a hipótese de
queda dos preços.
Na área dos não-agrícolas, o secretário disse que pode também
haver queda de preços, principalmente se ocorrer uma esperada
valorização do real em relação ao
dólar norte-americano.
A valorização do real tornaria
os produtos exportáveis mais baratos no mercado interno.
A hipótese de valorização do
real, segundo Amadeo, está baseada na avaliação segundo a
qual dois fatores aumentarão a
oferta da moeda norte-americana, baixando com isso seu preço,
no mercado brasileiro.
Um deles é a passagem do chamado bug do milênio, que estaria
inibindo aplicações de investidores estrangeiros em economias
emergentes pelo temor de problemas nos seus computadores
na passagem para o ano 2000.
O segundo seria a redução da
pressão sobre o mercado do dólar
provocada pela concentração de
vencimentos de compromissos
de empresas brasileiras com financiadores externos.
Para o segundo trimestre de
2000, Amadeo admite haver o risco inflacionário trazido pela
grande concentração de reajustes
de tarifas públicas, mas, segundo
ele, parte dessa pressão será anulada pelo efeito positivo que ainda virá dos preços agrícolas.
Para o secretário, os preços internacionais do petróleo já atingiram o pico e não tenderiam a
pressionar a inflação no próximo
ano. Ele ressalvou que esse é um
problema a ser acompanhado,
mas disse que, por enquanto, não
se discute a possibilidade de reajuste dos combustíveis no Brasil.
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