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Lojistas reclamam de camelôs
da Reportagem Local
Para as lojas da rua 25 de Março,
tradicional ponto comercial de
São Paulo, as vendas de final de
ano de 1999 ainda não alavancaram, mesmo com aumento do
número de pessoas que passam
pela região.
Segundo Rezkalla Tuma, presidente da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências), o número de pessoas que
passam diariamente pela rua aumentou de 300 mil para 500 mil,
se comparado com o mesmo período de 1998.
Rezkalla aponta que a alta do
dólar provocou a elevação dos
preços de produtos importados e
de matéria-prima de produtos
nacionais. Segundo ele, o óleo
diesel subiu 106%, o algodão e os
derivados de petróleo subiram,
respectivamente, 38% e 46%.
"Mesmo assim, esses preços
não foram repassados na totalidade porque o mercado não conseguiu absorver o impacto da recessão e do desemprego."
Apesar dessas dificuldades a
Univinco estima um aumento entre 5% e 10% no faturamento em
relação ao ano passado, inferior
ao crescimento de 1998 em relação a 1997, que foi de 18%.
Alguns lojistas entrevistados
pela Folha são mais pessimistas
em suas previsões. O comerciante
Ping Kong, chinês, dono da Ping
Qin Comercial Ltda., afirma que
este é o pior ano para venda de enfeites desde que trabalha no local,
há cinco anos.
"Tudo aumentou menos o salário. A concorrência das barracas
atrapalha. Além de não pagarem
impostos, também dificultam a
vista da loja para os clientes."
Geferson Garcia Leite, encarregado da loja Armarinhos Fernando, uma das maiores da região,
afirma que o movimento está fraco, apesar de ter havido uma pequena melhora com o pagamento
da primeira parcela do 13º salário.
Ele diz que os preços não são o
problema, porque a loja não promoveu nenhum reajuste, mas que
as pessoas não estão comprando
por causa da inflação e da estagnação dos salários. "Desse jeito,
não temos como vender."
Os consumidores ouvidos pela
Folhaafirmam que houve aumento de preços. Um conjunto de
lâmpadas natalinas, por exemplo,
teria passado de R$ 1,90 para R$
2,20 do ano passado para cá.
Antônio Ângelo Solazzo, 26,
monitor do hotel Plazza, de Águas
de Lindóia, relaciona o aumento
dos preços à virada do ano 2000.
"As lojas aproveitam as novidades para reajustar os produtos."
Mesmo os produtos não relacionados ao réveillon estão tendo
aumentos. O casal Fran e Carlos
Santos Pinto afirmou que, em relação ao ano passado, os festões
(enfeites coloridos colocados em
volta das árvores de Natal) dobraram de preço, passando para R$
1,25 o metro.
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