São Paulo, Sábado, 27 de Novembro de 1999


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Lojistas reclamam de camelôs

da Reportagem Local

Para as lojas da rua 25 de Março, tradicional ponto comercial de São Paulo, as vendas de final de ano de 1999 ainda não alavancaram, mesmo com aumento do número de pessoas que passam pela região.
Segundo Rezkalla Tuma, presidente da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências), o número de pessoas que passam diariamente pela rua aumentou de 300 mil para 500 mil, se comparado com o mesmo período de 1998.
Rezkalla aponta que a alta do dólar provocou a elevação dos preços de produtos importados e de matéria-prima de produtos nacionais. Segundo ele, o óleo diesel subiu 106%, o algodão e os derivados de petróleo subiram, respectivamente, 38% e 46%.
"Mesmo assim, esses preços não foram repassados na totalidade porque o mercado não conseguiu absorver o impacto da recessão e do desemprego."
Apesar dessas dificuldades a Univinco estima um aumento entre 5% e 10% no faturamento em relação ao ano passado, inferior ao crescimento de 1998 em relação a 1997, que foi de 18%.
Alguns lojistas entrevistados pela Folha são mais pessimistas em suas previsões. O comerciante Ping Kong, chinês, dono da Ping Qin Comercial Ltda., afirma que este é o pior ano para venda de enfeites desde que trabalha no local, há cinco anos.
"Tudo aumentou menos o salário. A concorrência das barracas atrapalha. Além de não pagarem impostos, também dificultam a vista da loja para os clientes."
Geferson Garcia Leite, encarregado da loja Armarinhos Fernando, uma das maiores da região, afirma que o movimento está fraco, apesar de ter havido uma pequena melhora com o pagamento da primeira parcela do 13º salário.
Ele diz que os preços não são o problema, porque a loja não promoveu nenhum reajuste, mas que as pessoas não estão comprando por causa da inflação e da estagnação dos salários. "Desse jeito, não temos como vender."
Os consumidores ouvidos pela Folhaafirmam que houve aumento de preços. Um conjunto de lâmpadas natalinas, por exemplo, teria passado de R$ 1,90 para R$ 2,20 do ano passado para cá.
Antônio Ângelo Solazzo, 26, monitor do hotel Plazza, de Águas de Lindóia, relaciona o aumento dos preços à virada do ano 2000. "As lojas aproveitam as novidades para reajustar os produtos."
Mesmo os produtos não relacionados ao réveillon estão tendo aumentos. O casal Fran e Carlos Santos Pinto afirmou que, em relação ao ano passado, os festões (enfeites coloridos colocados em volta das árvores de Natal) dobraram de preço, passando para R$ 1,25 o metro.



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