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Propostas incluem volta dos cassinos
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, ouviu de representantes das centrais sindicais presentes ao encontro de ontem em
São Paulo propostas que incluem
desde a reabertura dos cassinos,
para criar empregos, até a desoneração de impostos dos produtos
da cesta básica, para ajudar o programa de combate à fome no país.
As mudanças nos sistemas previdenciário e tributário uniram os
sindicalistas em seus discursos.
As divergências ficaram mesmo
por conta da discussão do fim da
contribuição sindical obrigatória,
principal fonte de custeio e manutenção dos sindicatos no Brasil.
Criticado por sindicalistas após
pedir a "implosão" da atual estrutura sindical, o presidente da
CUT, João Felício, propôs a criação de um sistema único de Previdência, com teto de 20 mínimos.
"A existência de dois sistemas
diferentes é um atentado contra a
democracia. É inaceitável um trabalhador receber R$ 20 mil e o outro, R$ 200." Além de mudanças
na Previdência, o sindicalista defendeu reformas simultâneas nos
sistemas tributário e trabalhista.
Na avaliação do presidente da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, os sindicalistas devem se
unir ao governo no combate à fome. "Desonerar a cesta básica e
criar restaurantes que vendem comida por R$ 1 são medidas que
podem ser implementadas no
programa de governo."
Ele defendeu ainda a adoção do
contrato coletivo nacional, a redução da jornada em 10% e a criação de frentes de trabalho para diminuir o desemprego.
Para Roberto Santiago, vice-presidente da SDS (Social Democracia Sindical), o problema da
falta de emprego poderia ser resolvido, em parte, com a reabertura dos cassinos no país. "Com essa
medida, 160 mil empregos poderiam ser criados." Outra proposta
da SDS é reduzir a contribuição
ao INSS de 20% para 6% no caso
dos trabalhadores sem carteira
assinada para diminuir a informalidade e aumentar a base de arrecadação da Previdência Social.
O presidente da CAT (Central
Autônoma dos Trabalhadores),
Laerte Teixeira da Costa, defendeu a criação de um "dízimo social", pago por toda a sociedade,
para financiar a previdência. "O
"dízimo" seria de 10% sobre a renda das pessoas físicas e os dividendos das empresas."
Antônio Carlos dos Reis, o Salim, líder da CGT (Confederação
Geral dos Trabalhadores), propôs, em tom de conciliação, que a
reforma trabalhista seja discutida
no Fórum Nacional do Trabalho.
O presidente da CGTB (Central
Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto, disse que deve
haver união entre as centrais para
tirar o país do atoleiro dos últimos
oito anos. "O Brasil cresceu como
rabo de cavalo -para trás e para
baixo."
(CR e FF)
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