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CRISE NO AR
Em reunião para discutir companhia aérea, Sergio Amaral disse que auxílio só viria se empresa se mostrasse viável
Ajuda à Varig depende de plano, diz governo
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está preocupado
com a crise da Varig. O ministro
Sergio Amaral (Desenvolvimento) convocou ontem uma reunião
para tratar do assunto com os órgãos e empresas do governo envolvidos na crise. Participaram
representantes das empresas federais credoras da Varig, como
Banco do Brasil, Infraero e BR
Distribuidora.
Após a reunião, por meio de sua
assessoria, Amaral afirmou que
"o governo continua disposto a
ajudar a Varig e buscar sua reestruturação". Disse, no entanto,
que a ajuda depende de um plano
de reestruturação da empresa,
que prove que a companhia é economicamente viável.
Além da reunião com outros órgãos do governo, Amaral também
discutiu a situação da Varig com
Antônio Palocci Filho, coordenador da equipe de transição do PT.
Palocci não deu entrevista após o
encontro com Amaral.
Antes dessa reunião, Palocci
disse, no entanto, que o problema
das empresas aéreas não pode ser
resolvido apenas com socorros financeiros em momentos de crise
-é necessário buscar uma política de longo prazo para o setor.
Proposta recusada
A FRB (Fundação Ruben Berta),
controladora da Varig, recusou
uma proposta de acordo com os
credores da companhia, que possibilitaria a reestruturação da empresa. O acordo previa o perdão
temporário de uma dívida de US$
117 milhões. A dívida total da empresa é de US$ 900 milhões. No
primeiro semestre, houve prejuízo de R$ 1,041 bilhão.
Ontem, em audiência na CAE
(Comissão de Assuntos Econômicos), o presidente do conselho
curador da FRB, Yutaka Imagawa, disse que a empresa vai "administrar o processo e procurar
alternativas". Segundo ele, nova
proposta será apresentada ao
BNDES.
O advogado-geral da União, José Bonifácio de Andrada, afirmou
ter recomendado ao governo que
não intervenha na empresa.
Socorro
Entre os temas discutidos na
reunião, a Folha apurou que, caso
a empresa não apresente um novo plano de reestruturação da dívida, o governo poderia deixar a
empresa fechar, como aconteceu
com a Transbrasil. Uma das avaliações em poder do governo
mostra que o mercado teria condições de absorver uma eventual
saída da Varig do setor.
Nessa avaliação, haveria tumulto nos primeiros 30 a 40 dias devido à falta de vôos. A situação se
normalizaria após esse período, já
que as empresas que ficarem trariam novas aeronaves do exterior
e iriam ocupando, gradualmente,
o espaço deixado pela Varig.
Para o governo, que prefere
apostar na reestruturação, há ainda a possibilidade de entrada de
novas companhias no mercado.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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