DE NOVA YORK

A agência de classificação de riscos Standard & Poor's rebaixou ontem sua avaliação da RG Receivables, a representação da brasileira Varig no exterior. A nova posição é "CCC+", vinda da superior "B-". O rebaixamento dificulta o acesso a empréstimos.
Na justificativa para sua ação, a S&P lista a saída, anteontem, de Arnim Lore, então presidente da Varig, que se demitiu citando "divergências" com os acionistas controladores. A demissão ocorreu no dia seguinte à renúncia de todo o Conselho de Administração da FRB (Fundação Ruben Berta) -que controla a empresa de aviação-, devido à rejeição de um acordo com os credores.
O relatório diz que o risco e a incerteza na negociação da dívida entre credores, proprietários e administradores "cresceram significativamente" nos últimos dias.
"O que nos preocupa é a possibilidade de credores quererem o pagamento imediato de quantias devidas e ameaçarem se recusar a fornecer material crítico, como combustível, se o pagamento não for feito", afirma o relatório.
Se isso acontecer, segundo a S&P, a companhia poderia ter de reduzir ou suspender suas operações temporariamente ou até mesmo ser forçada a declarar concordata ou falência. O relatório ressalta, no entanto, que muitos credores têm interesse em manter a empresa em operação.
A razão seria a importância dos serviços da Varig para a economia do país e a vontade do BNDES de contribuir financeiramente para um acordo. (SÉRGIO DÁVILA)


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