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EM TRANSE
Governo não consegue rolar dívida, e moeda sobe 1,83%, para R$ 3,61; risco-país sobe 4,2% e atinge 1.661 pontos
Mercado pede juro alto ao BC, e dólar sobe
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um dia marcado pela expectativa do resultado do leilão de rolagem da dívida cambial que vence na próxima segunda-feira, o
dólar fechou em alta de 1,83%, cotado a R$ 3,61.
O dia também não foi bom para
o C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, que fechou
cotado em baixa de 1,1% em relação ao dia anterior. Com a desvalorização do C-Bond, o risco-país,
medido pelo JP Morgan fechou
em alta de 4,2%, em 1.661 pontos.
Em um dia em que os investidores não esperavam grandes notícias no mercado interno, sabia-se
que o leilão de "swap" cambial do
Banco Central ditaria a tendência
de cotação para a moeda norte-americana. Além disso, o resultado do leilão de segunda-feira,
considerado "razoável" pelos investidores, no qual o BC conseguiu rolar U$ 567,2 milhões de títulos, 24,4% do total da dívida que
vence no dia 2, ajudou a aumentar
as expectativas. Com a grande
concentração de vencimentos
cambiais em dezembro e janeiro,
a negociação de mais uma parte
da dívida ontem ajudaria a acalmar o mercado.
Mas a bonança não veio. Os juros pedidos pelo mercado para os
novos títulos foram considerados
muito altos pelo BC que, após tentar fazer dois leilões durante o dia,
acabou não aceitando nenhuma
das ofertas dos bancos.
No primeiro leilão, havia mais
demanda dos investidores do que
títulos disponíveis para venda.
Mesmo assim, os juros pedidos
eram altos. Quando o BC divulgou que não aceitaria nenhuma
oferta, a cotação do dólar subiu e
atingiu a máxima do dia, R$ 3,624.
No segundo leilão, também fracassado, a demanda dos compradores foi menor mas a pressão na
cotação diminuiu.
Segundo analistas, como o BC
ainda tem hoje e mais dois dias
para tentar renegociar a dívida,
era razoável que não aceitasse as
taxas mais altas do que as oferecidas na segunda-feira, visto que
nenhum fato negativo aconteceu
desde então.
A alta dos índices de inflação e a
falta de novas notícias também
são fatores que têm sido usados
para justificar as oscilações do
mercado, tanto positivas quanto
negativas.
Fora do Brasil, a divulgação do
índice que mede o nível de confiança dos consumidores dos Estados Unidos abaixo do esperado
pelos analistas não ajudou os títulos brasileiros transacionados no
exterior. Segundo analistas, a baixa dos títulos brasileiros deveu-se
muito mais a uma "contaminação" do pessimismo nos outros
mercados do que a algo novo que
fundamentasse a queda.
"O comportamento do C-Bond
está refletindo tudo o que está
acontecendo lá fora", disse Luiz
Antônio Vaz das Neves, da corretora Planner.
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