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Jobim afirma que vai propor decreto para privatizar aeroportos
Ministro nega que eleições e Copa de 2014 possam atrasar
projeto; proposta prevê fundo para terminais deficitários
Folha revelou que a avaliação
técnica no governo é que não
há mais tempo para entregar
aeroportos à iniciativa privada
e reformá-los até o Mundial
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro Nelson Jobim
(Defesa) afirmou ontem que
vai enviar daqui a dez dias uma
proposta de decreto sobre a
concessão de aeroportos à iniciativa privada. Ele negou que
as eleições de 2010 e a Copa do
Mundo em 2014 possam atrasar o projeto.
Segundo o ministro, a proposta vai incluir a constituição
de um fundo para desenvolver
aeroportos deficitários e a malha aérea regional. Os recursos
viriam da outorga de grandes
terminais.
De acordo com ele, as empresas, em alguns casos, não precisarão administrar todo o aeroporto, mas apenas determinados terminais ou serviços.
"Vai depender do caso. No
decreto abrem-se todas as alternativas e em cada caso se vê
qual é a adequada", disse o ministro, no Rio.
O ministro da Defesa negou
que a Copa e as eleições do ano
que vem atrasarão a adoção da
medida. "Está tudo sob controle. Temos absoluta condição
[de manter o projeto]. Não se
pode confundir eleição com a
necessidade de infraestrutura."
A Folha revelou ontem que a
avaliação técnica no governo
federal é que não há mais tempo para entregar os aeroportos
à iniciativa privada e reformá-los até o Mundial de 2014.
Segundo técnicos do próprio
Ministério da Defesa, o tempo
ideal para essas medidas é de
quatro anos, o que obrigaria o
início das mudanças para o começo da semana que vem.
Mesmo assim, as obras seriam
concluídas às vésperas da Copa
do Mundo.
Além disso, o governo perderia um trunfo eleitoral ao fazer
a "privatização" do setor -opção que petistas preferem ligar
à administração tucana.
Há mais de um ano o governo procura o melhor modelo
para a administração dos aeroportos, a fim de evitar um novo
caos aéreo, como o ocorrido em
2007. Jobim afirmou que os estudos avaliaram o modelo utilizado em diversos países até
chegar ao produto final.
"Como não temos experiência nisso, tivemos que fazer um
levantamento no mundo todo
para ver o tipo de situação. Não
é a questão do aeroporto A, B
ou C. É a modelagem. Feita a
modelagem, vai se discutir o
que é conveniente", disse ele.
A Infraero, estatal que administra os aeroportos, defende a
manutenção do controle público dos terminais.
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