|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem informação, mercado teme maior calote desde a Argentina
DA REDAÇÃO
Com o feriado nos EUA, as
Bolsas de Valores europeias
acabaram sendo o principal
termômetro da decisão do governo de Dubai (Emirados Árabes Unidos) de suspender o pagamento da dívida. E tiveram
que enfrentar todo o pregão
sem informações sobre aquele
que pode ser o maior calote
desde a Argentina, em 2001.
Apenas depois do fechamento do pregão, o governo do emirado divulgou comunicado tentando explicar os motivos. Mas
o estrago já estava feito, com os
investidores se desfazendo de
papéis ligados não só a Dubai
mas também a todo o Oriente
Médio. A Bolsa de Londres, por
exemplo, recuou 3,18%.
"Na ausência de informação
concreta, é difícil o mercado
tratar isso como um evento isolado", afirmou um corretor.
Além de ser dona de várias
companhias no país, a Dubai
World (a holding que tem dívidas de cerca de US$ 59 bilhões)
tem participação em grandes
empresas globais, como os cassinos MGM Mirage e o banco
britânico Standard Chartered.
A proposta de suspensão da
dívida por seis meses (que a
agência Moody's afirmou que
irá considerar calote, caso os
credores sejam obrigados a
aceitá-la) será a maior desde a
moratória da Argentina, oito
anos atrás. Mas agora, ao contrário daquela época, o anúncio
foi uma surpresa. A região estava em expansão, com o governo
pegando US$ 80 bilhões emprestados em quatro anos para
transformá-la em um centro financeiro e de turismo.
Com as operações já encerradas nas Bolsas europeias, o governo de Dubai (um dos sete
emirados que compõem o país)
divulgou nota defendendo a decisão, dizendo que era a mais
"sensata". "Tivemos que intervir devido à necessidade de tomar ações fortes para resolver
esse débito", afirmou, prometendo mais explicações na semana que vem.
Com "Financial Times" e agências internacionais
Texto Anterior: Saiba mais: Medida põe em risco sonho de centro financeiro Próximo Texto: Volks prevê investir R$ 6 bi no país em 5 anos Índice
|