São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

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Sem informação, mercado teme maior calote desde a Argentina

DA REDAÇÃO

Com o feriado nos EUA, as Bolsas de Valores europeias acabaram sendo o principal termômetro da decisão do governo de Dubai (Emirados Árabes Unidos) de suspender o pagamento da dívida. E tiveram que enfrentar todo o pregão sem informações sobre aquele que pode ser o maior calote desde a Argentina, em 2001.
Apenas depois do fechamento do pregão, o governo do emirado divulgou comunicado tentando explicar os motivos. Mas o estrago já estava feito, com os investidores se desfazendo de papéis ligados não só a Dubai mas também a todo o Oriente Médio. A Bolsa de Londres, por exemplo, recuou 3,18%.
"Na ausência de informação concreta, é difícil o mercado tratar isso como um evento isolado", afirmou um corretor.
Além de ser dona de várias companhias no país, a Dubai World (a holding que tem dívidas de cerca de US$ 59 bilhões) tem participação em grandes empresas globais, como os cassinos MGM Mirage e o banco britânico Standard Chartered.
A proposta de suspensão da dívida por seis meses (que a agência Moody's afirmou que irá considerar calote, caso os credores sejam obrigados a aceitá-la) será a maior desde a moratória da Argentina, oito anos atrás. Mas agora, ao contrário daquela época, o anúncio foi uma surpresa. A região estava em expansão, com o governo pegando US$ 80 bilhões emprestados em quatro anos para transformá-la em um centro financeiro e de turismo.
Com as operações já encerradas nas Bolsas europeias, o governo de Dubai (um dos sete emirados que compõem o país) divulgou nota defendendo a decisão, dizendo que era a mais "sensata". "Tivemos que intervir devido à necessidade de tomar ações fortes para resolver esse débito", afirmou, prometendo mais explicações na semana que vem.


Com "Financial Times" e agências internacionais


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