DO "FINANCIAL TIMES"

A decisão de Dubai de adiar o pagamento das dívidas, vista por investidores como o teste decisivo para a credibilidade do emirado, é o sinal mais claro do triste estado da sua economia.
Até anteontem, os investidores estavam em grande parte satisfeitos em dar a Dubai o benefício da dúvida, dado que o emir (xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum) garantia ao mundo que a localidade honra suas dívidas. Em uma região em que a palavra de um homem já tem peso enorme, o carisma do xeque foi construído em cima da credibilidade de seus pronunciamentos.
O xeque Mohammed, cuja família comanda o emirado com impressionante estabilidade desde 1833, tem pela frente uma prova difícil para a sua liderança e a ameaça mais clara para seus sonhos para a cidade. Ele pretende transformar Dubai no principal centro financeiro para 25% do mundo, os mercados de forte crescimento e mal atendidos entre Cingapura e Frankfurt.
O anúncio de anteontem torna esse objetivo menos provável, afetando gravemente a reputação de Dubai entre os investidores e os financistas que ele lutou tão fortemente para atrair.
No longo prazo, a decisão de anteontem pode tornar mais atraentes as rivais de Dubai, fazendo com que grandes companhias internacionais acampem em Doha ou Abu Dhabi. Ao contrário de Dubai, essas cidades têm economias sólidas e baseadas no petróleo. Mas elas não oferecem o mesmo estilo de vida ocidental de Dubai nem podem oferecer os mesmos serviços bancário, de logística, de aviação e de transporte de cargas.


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