São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

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Desemprego tem recuo, mas piora a qualidade das vagas

Taxa é de 7,5% em outubro, diz IBGE; índice, no entanto, sobe em São Paulo

Pela primeira vez desde 2004, número de pessoas com carteira assinada é menor do que no mesmo mês do ano anterior

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país atingiu em outubro o menor patamar do ano, de 7,5%, praticamente estável em relação a setembro (7,7%). O índice equivale a 1,753 milhão de desempregados naquelas regiões.
O resultado também foi igual ao verificado em outubro de 2008, quando os efeitos da crise econômica sobre o mercado de trabalho ainda eram incipientes. O desemprego ficou no menor nível para um mês de outubro desde o início da série histórica, em 2002.
A taxa geral, porém, esconde desigualdades regionais. Enquanto em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro o desemprego acumulado em 2009 está abaixo do verificado no mesmo período de 2008, o movimento é de alta em Recife e, principalmente, em São Paulo.
Na capital paulista, a taxa média de desocupados de janeiro a outubro está em 9,5%, quase um ponto percentual acima dos 8,6% de 2008. Cerca de 850 mil pessoas estavam desempregadas em São Paulo em outubro. No Brasil, a média anual é de 8,3% -0,2 ponto percentual acima da de 2008.
Para Cimar Azeredo, coordenador da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o resultado está vinculado ao forte peso da indústria no mercado de trabalho paulista. O setor foi um dos mais prejudicados pela crise devido à queda da demanda externa e à escassez de crédito.
Azeredo aponta um sinal de alerta: pela primeira vez desde 2004, o número de trabalhadores com carteira assinada foi menor do que o verificado no mesmo mês do ano anterior. A queda foi de 0,3%.
"A carteira se reduz e consequentemente há redução da qualidade do emprego, o que abre espaço para aumento no número de trabalhadores por conta própria e dos empregados sem carteira, que estão próximos da informalidade."


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