São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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Bovespa volta a subir após cinco sessões de perdas

Bolsa tem alta de 1,08% e dólar cai 0,75%, para R$ 2,37

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um dos menores volumes financeiros do ano, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou ontem a semana do feriado de Natal com alta de 1,08% no Ibovespa, que terminou marcando 36.864 pontos. Foi o primeiro dia de alta da Bolsa após cinco baixas consecutivas. Na semana, a Bolsa paulista acumulou perdas de 5,8%.
O pregão foi marcado por forte oscilação e pouco negócios realizados. Seguindo a tendência ditada por Nova York, a Bovespa iniciou o dia em leve alta, entrou em território negativo no início da tarde e voltou a subir antes do fechamento.
Nos EUA, os primeiros indicadores de consumo pós-Natal mostraram leve diminuição das vendas, como era esperado. Por outro lado, os investidores ficaram animados com a expectativa de socorro do Fed (Federal Reserve, o BC americano) à GMAC, braço financeiro da GM. Na véspera de Natal, o Fed anunciou conversão da financeira em banco, abrindo a possibilidade de injeção de capital.
A Bolsa de Nova York terminou o dia com alta de 0,56% no índice Dow Jones e de 0,85% no S&P 500. Já a Nasdaq teve alta de 0,35%.
Após ter desabado quase 10% e atingido US$ 35,35 o barril na véspera de Natal, o petróleo voltou a subir ontem. O barril para entrega em fevereiro, contrato mais negociado, terminou ontem a US$ 37,71, com recuperação de 6,7%.
Para Kelly Trentin, analista da SLW, a desvalorização do petróleo no dia 24 não teve impacto relevante ontem nas ações da Petrobras. "A Petrobras já caiu tanto, que está agora em recuperação técnica. [A queda do petróleo] acabou não prejudicando aqui e a Petrobras até acabou subindo."
"Para a cotação atual do petróleo, que está na mínima do ano, a Petrobras está mostrando força. Está segurando bem", disse Fausto Gouveia, economista da Infra Asset.
Segundo Gouveia, os mercados seguem castigados no Brasil por conta do baixo volume de operações. Ontem, a Bovespa encerrou com apenas R$ 1,195 bilhão de negócios -menos de um quarto da média de US$ 5 bilhões do início do mês.
"O volume está extremamente baixo. Petrobras praticamente não se mexeu. Com esse volume, é fácil puxar 1% de alta ou ficar no zero a zero. As vezes, não tem nada relevante, mas o papel cai porque alguém vendeu alguma coisa", disse.
As ações de bancos também tiveram perdas ontem com a expectativa de redução nas taxas de juros, somado ao início da temporada de resultados financeiros dos bancos americanos. As ações PN do Itaú recuaram 0,42%, enquanto as do Bradesco caíram 2,24%.
"O investidor quer só assistir antes de se comprometer. Ação de banco é muito sensível", disse Kelly Trentin.
Chamou a atenção do mercado a alta de 35% nos papéis da Telebrás, com a expectativa de que o governo utilize a antiga estatal para implementar políticas de inclusão digital, como internet grátis. O papel teve 2.238 negócios e movimentou R$ 13,2 milhões.
Para Ricardo Tadeu Martins, gerente de análise da corretora Planner, o mercado já dá este ano como encerrado e deve manter a tendência de baixo volume de negócios também na próxima semana. Martins acredita que há espaço inclusive para novas baixas antes do encerramento do ano. "A Bolsa pode ainda realizar [vender ações que subiram] um pouquinho na próxima semana", disse.
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou com baixa de 0,75% e voltou a R$ 2,37. O volume negociado ficou abaixo de US$ 1 bilhão.


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