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Bovespa volta a subir após cinco sessões de perdas
Bolsa tem alta de 1,08% e dólar cai 0,75%, para R$ 2,37
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um dos menores volumes financeiros do ano, a Bolsa
de Valores de São Paulo encerrou ontem a semana do feriado
de Natal com alta de 1,08% no
Ibovespa, que terminou marcando 36.864 pontos. Foi o primeiro dia de alta da Bolsa após
cinco baixas consecutivas. Na
semana, a Bolsa paulista acumulou perdas de 5,8%.
O pregão foi marcado por
forte oscilação e pouco negócios realizados. Seguindo a tendência ditada por Nova York, a
Bovespa iniciou o dia em leve
alta, entrou em território negativo no início da tarde e voltou a
subir antes do fechamento.
Nos EUA, os primeiros indicadores de consumo pós-Natal
mostraram leve diminuição
das vendas, como era esperado.
Por outro lado, os investidores
ficaram animados com a expectativa de socorro do Fed (Federal Reserve, o BC americano) à
GMAC, braço financeiro da
GM. Na véspera de Natal, o Fed
anunciou conversão da financeira em banco, abrindo a possibilidade de injeção de capital.
A Bolsa de Nova York terminou o dia com alta de 0,56% no
índice Dow Jones e de 0,85%
no S&P 500. Já a Nasdaq teve
alta de 0,35%.
Após ter desabado quase 10%
e atingido US$ 35,35 o barril na
véspera de Natal, o petróleo
voltou a subir ontem. O barril
para entrega em fevereiro, contrato mais negociado, terminou
ontem a US$ 37,71, com recuperação de 6,7%.
Para Kelly Trentin, analista
da SLW, a desvalorização do
petróleo no dia 24 não teve impacto relevante ontem nas
ações da Petrobras. "A Petrobras já caiu tanto, que está agora em recuperação técnica. [A
queda do petróleo] acabou não
prejudicando aqui e a Petrobras até acabou subindo."
"Para a cotação atual do petróleo, que está na mínima do
ano, a Petrobras está mostrando força. Está segurando bem",
disse Fausto Gouveia, economista da Infra Asset.
Segundo Gouveia, os mercados seguem castigados no Brasil por conta do baixo volume
de operações. Ontem, a Bovespa encerrou com apenas R$
1,195 bilhão de negócios -menos de um quarto da média de
US$ 5 bilhões do início do mês.
"O volume está extremamente baixo. Petrobras praticamente não se mexeu. Com
esse volume, é fácil puxar 1% de
alta ou ficar no zero a zero. As
vezes, não tem nada relevante,
mas o papel cai porque alguém
vendeu alguma coisa", disse.
As ações de bancos também
tiveram perdas ontem com a
expectativa de redução nas taxas de juros, somado ao início
da temporada de resultados financeiros dos bancos americanos. As ações PN do Itaú recuaram 0,42%, enquanto as do
Bradesco caíram 2,24%.
"O investidor quer só assistir
antes de se comprometer. Ação
de banco é muito sensível", disse Kelly Trentin.
Chamou a atenção do mercado a alta de 35% nos papéis da
Telebrás, com a expectativa de
que o governo utilize a antiga
estatal para implementar políticas de inclusão digital, como
internet grátis. O papel teve
2.238 negócios e movimentou
R$ 13,2 milhões.
Para Ricardo Tadeu Martins,
gerente de análise da corretora
Planner, o mercado já dá este
ano como encerrado e deve
manter a tendência de baixo
volume de negócios também na
próxima semana. Martins acredita que há espaço inclusive para novas baixas antes do encerramento do ano. "A Bolsa pode
ainda realizar [vender ações
que subiram] um pouquinho na
próxima semana", disse.
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou com
baixa de 0,75% e voltou a R$
2,37. O volume negociado ficou
abaixo de US$ 1 bilhão.
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