|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Banco deve ser favorecido com Lei de Falências
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma das principais propostas do governo Luiz Inácio Lula
da Silva para reduzir os juros
bancários é aprovar uma nova
Lei de Falências, a partir de
idéias já defendidas pelo ex-presidente do Banco Central
Armínio Fraga com apoio da
Febraban (Federação Nacional
das Associações de Bancos).
Os entendimentos entre o PT
e a Febraban para a elaboração
de novas regras para as falências e concordatas começaram
ainda na campanha eleitoral, a
partir de uma visita de Lula à
sede da entidade, em agosto.
Os economistas responsáveis
pelo programa de governo petista encamparam o diagnóstico segundo o qual grande parte
dos juros cobrados de empresas e consumidores reflete o
risco de inadimplência -e a
uma nova legislação deve facilitar a execução de garantias por
parte dos bancos.
Na gestão de Armínio (1999-2002), o Banco Central chegou
à mesma conclusão em um estudo para investigar as causas
do elevado "spread" bancário
-a diferença entre os juros pagos aos poupadores, mais próximos à taxa básica do BC, e os
cobrados dos tomadores de
empréstimos, que facilmente
ultrapassam os 100% anuais-
no Brasil.
Segundo a Febraban, cerca de
35% do "spread" se deve ao
custo da inadimplência. De
acordo com a entidade, a legislação atual, de 1945, cria empecilhos para a cobrança das dívidas, e apenas 20% das operações de crédito têm garantias.
Situação no Congresso
No ano passado, o BC enviou
sugestões ao deputado Oswaldo Biolchi (PMDB-RS), relator
de um projeto de Lei de Falências que tramita desde 1993 na
Câmara. Com o apoio do governo, o texto tem chances de
ser finalmente aprovado.
Entre as principais modificações, pretende-se limitar a
atual preferência para as dívidas trabalhistas nos processos
de falência -pelas regras de
hoje, os bancos ficam atrás dos
trabalhadores e da Receita na
fila do recebimento de créditos.
O projeto fixa um teto de R$
30 mil para o trabalhador que
tem dinheiro a receber de uma
empresa falida. Para valores superiores, o trabalhador deixaria de ter o primeiro lugar da fila. A nova lei também tem o objetivo de possibilitar que empresas continuem operando,
ao menos por algum tempo,
depois de decretada a falência.
Espera-se com isso evitar demissões e valorizar o patrimônio que permitirá o pagamento
aos credores.
Texto Anterior: Custo do dinheiro: Consumidor paga juro maior que empresa Próximo Texto: Opinião econômica: Apressado come cru Índice
|