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FINANÇAS
Prejuízos e imagem arranhada explicariam decisão; banco não comenta
Bank of America pode deixar Brasil
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de uma série de tropeços, que culminou com um processo administrativo aberto neste
mês pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para investigar
irregularidades na gestão de quatro fundos de investimentos, o
Bank of America se prepara para
deixar o país.
Segundo a Folha apurou, a matriz do banco decidiu encerrar
suas atividades de tesouraria no
país e só manter uma pequena
operação local. As áreas de mercado de capitais, mercado de derivativos, fusões e aquisições e operações estruturadas de captação
de recursos externos para clientes
serão riscadas do portfólio. Basicamente, restará um escritório de
representação no país, para tocar
operações simples de overnight e
administrar recursos e dar liquidez de curto prazo para alguns
clientes.
O Bank of America também
deixará de atuar como um banco
de investimentos, que compete
com Pactual, JP Morgan e outras
instituições locais. Desde que
quatro de seus fundos de investimento sofreram pesadas perdas,
em junho do ano passado, os investidores bateram em retirada.
Nos últimos 12 meses o patrimônio líquido dos fundos do Bank of
America encolheu 70% e foi registrada uma captação líquida (aplicações menos resgates) negativa
de R$ 2,2 bilhões.
Segundo analistas de mercado,
as perdas nos fundos de investimento e os problemas legais decorrentes teriam sido a gota d'água para a matriz americana.
Além dos prejuízos financeiros
-o banco já se dispôs a reembolsar parte das perdas dos investidores-, a imagem da instituição
teria ficado arranhada, segundo
esses analistas.
Procurada pela Folha, a direção
do banco informou, por meio de
sua assessoria, que "não comenta
especulações".
O Bank of America está no Brasil há 50 anos, mas nos últimos
três enfrentou vários problemas.
Em 2001, viu-se envolvido em
uma disputa com o Vasco da Gama, com o qual tinha um contrato
para administrar a marca -rompido unilateralmente pelo clube.
Naquele ano, comprou o banco
Liberal por R$ 250 milhões, mas
em 2002 entrou com ação na Justiça, em Nova York, contra os antigos controladores, sob a alegação de que eles haviam omitido
informações sobre a real situação
financeira do banco e de terem
desviado US$ 38 milhões da instituição.
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