São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Apple lança o iPad, que une vídeo, música, livro e game

Produto chegará ao mercado dos EUA em 60 dias, com preço inicial de US$ 499

Projeto, misto de celular sensível ao toque e laptop, existe há mais de dez anos, mas só agora convenceu executivos de seu potencial


Associated Press
O iPad tem 24,3 cm de altura; o iPod tem 11 cm

JENNA WORTHAM
DO "NEW YORK TIMES"

Depois de meses de especulações descontroladas, Steve Jobs enfim deu aos fãs da Apple exatamente aquilo que desejavam: um novo computador tablet semelhante ao iPhone, chamado iPad, com preço inicial de US$ 499. "Queremos dar início a 2010 introduzindo hoje um produto mágico e evoluído", disse Jobs, presidente-executivo da Apple.
Alguns dos modelos do produto estarão disponíveis dentro de 60 dias, ele afirmou. Os recursos e as especificações do aparelho, que alimentaram boatos na internet por meses, foram por fim revelados em detalhes: o modelo terá uma tela de toque de 9,7 polegadas e um teclado virtual completo. A espessura é de 1,2 centímetro e o peso chega a 680 gramas. Além disso, a tela do iPad conta com o recurso multitoque, o que significa que o conteúdo que ela exibe pode ser manipulado com movimentos dos dedos.
O iPad conta com conexões wi-fi e bluetooth para a internet e é acionado por um chip Apple A4 de 1,4 gigahertz. A memória flash tem entre 16 e 64 gigabytes de capacidade.
Jobs descreveu o iPad como "muito mais íntimo que um laptop e muito mais capaz que um celular inteligente, com essa linda e ampla tela". O modelo mais avançado custará US$ 829, com 64 GB de memória e conexão 3G.
Os modelos dotados apenas de conexão wi-fi estarão disponíveis em 60 dias, e os de conexão a redes de telefonia móvel, em 90 dias, segundo a Apple. Durante o evento, Jobs demonstrou o iPad como plataforma para assistir a vídeos, ouvir música em formato stream, ler livros eletrônicos, ver fotografias e jogar videogames.
O iPad será capaz de operar "virtualmente todos" os aplicativos do atual catálogo do iPhone, que chegam a mais de 100 mil, "virtualmente sem modificações", disse Scott Forstall, vice-presidente sênior da Apple. Ele apontou que os programadores poderiam modificar seus aplicativos a fim de tirar vantagem da grande tela.
A Apple vinha trabalhando em um computador tablet como esse havia mais de uma década, de acordo com diversos ex-funcionários. Mas os primeiros protótipos, que usavam microchips do padrão PC, esgotavam rapidamente as baterias, e os executivos da Apple não conseguiam determinar como ou por que as pessoas desejariam usar esse tipo de aparelho, que carece de teclado e mouse convencionais. Outras companhias, como a Microsoft, têm tablets à venda já há anos, mas a categoria jamais conquistou a atenção dos consumidores.
No entanto, avanços na tecnologia tornaram os tablets um produto mais viável. A tecnologia de baterias melhorou. Jobs disse que o iPad teria cargas de bateria com duração de dez horas, o que permitiria que um usuário "apanhasse um avião em San Francisco e voasse até Tóquio assistindo a vídeos".
Os teclados tradicionais com a disposição QWERTY também se tornaram dispensáveis para muitas pessoas. Número cada vez maior de celulares, como o NexusOne, do Google, abandonaram os teclados.
O notável sucesso do iPhone e do iPod Touch também demonstrou o caminho que os tablets podem percorrer. As pessoas se dispõem a pagar para personalizar esses aparelhos com aplicativos, transformando-os em videogame, bússolas e leitores eletrônicos.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



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