São Paulo, Quinta-feira, 28 de Janeiro de 1999
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Banco já prepara revolução interna

da Reportagem Local

A afirmação de Lázaro Brandão, de que a idéia é não fazer grandes mudanças, minimiza a pequena revolução que está acompanhando a troca de comando.
O estatuto está sendo alterado para revalidar a regra de que o presidente só pode ocupar o cargo até o limite de 65 anos de idade. A regra havia sido revogada quando Brandão atingiu a idade limite.
Além disso, o tempo mínimo de casa para que um funcionário possa integrar a diretoria executiva cai de 15 anos para 10 anos.
"Queremos agilizar e rejuvenescer a diretoria executiva", afirmou Brandão. Segundo ele, essa mudança atende a uma exigência da atualidade. "Quem despontar em seu trabalho poderá ser trazido mais rapidamente à diretoria."
O tradicional "mesão" do Bradesco -onde a diretoria trabalha, sem salas ou divisórias- também está com os dias contados.
"Passou a fase do colegiado", decretou Brandão. "A troca de informações entre os diretores já não ocorre com a mesma frequência do passado." A partir das próximas semanas, cada executivo terá sua própria mesa com terminal de computador.
Outros sete executivos estão mudando de cargo. José Luiz Acar passará de vice-presidente a presidente do BCN. Antonio Bornia, Dorival Bianchi e Mário Teixeira passarão de vice-presidentes do Bradesco a membros do conselho.
Para o lugar dos últimos três, serão promovidos os diretores-gerentes Luiz Trabuco Cappi, Arnaldo Alves Vieira e Laércio Albino Cezar.
Nenhum outro membro será incorporado à executiva, que será enxugada. O número de executivos cairá de 21 para 17.
Segundo Brandão, o novo cargo não trará uma redução significativa em sua jornada diária, que hoje é de 12 horas.
"O conselho do banco hoje é muito formal. Queremos que ele exercite um trabalho de bastante profundidade a partir de agora, tornando-se mais efetivo", disse ele.
O conselho passará a traçar as grandes estratégias do banco. A principal atribuição que será incorporada ao conselho é fusões e aquisições. Ou seja, a partir de agora, quem dá a palavra final sobre compra de empresas e privatizações é o conselho do Bradesco.
Brandão tem em mente poder circular pelas agências do banco em todo o país. "Na presidência, havia muita dificuldade em me deslocar, ficava muito preso à mesa. Agora, quero conhecer o dia-a-dia das agências."
Ainda tímido no novo cargo, em relação a mudanças na gestão, Cypriano disse apenas que o banco pretende ser mais agressivo na conquista de grandes empresas como clientes. "A área de varejo continuará forte", garantiu.


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