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Lucro de R$ 1 bi em 98 é o maior da história
da Reportagem Local
O Bradesco anunciou ontem que
teve lucro de R$ 1,012 bilhão em 98,
21,9% superior ao resultado de 97 e
recorde em sua história.
O lucro é o mesmo tanto para o
banco quanto para o consolidado
do grupo, já que o banco funciona
como holding das demais empresas financeiras (bancos, seguradoras, empresas de previdência, capitalização e cartões de crédito).
Com isso, o banco registrou uma
rentabilidade sobre o patrimônio
líquido de 16%.
O balanço deixa claro que o incremento foi proporcionado por
gordo crédito fiscal. Em vez de pagar Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro, o banco
teve crédito desses impostos em
98. No valor de R$ 466,3 milhões
no caso do banco e de R$ 240,2 milhões no consolidado do grupo.
Antes dos impostos, o resultado
do banco até caiu em relação a 97.
O banco múltiplo teve lucro antes
dos impostos de R$ 608,7 milhões,
contra R$ 888,5 milhões em 97. Já o
resultado consolidado do grupo
antes dos impostos recuou de R$
1,14 bilhão para R$ 927 milhões.
Segundo Hélio Machado dos
Reis, diretor do banco, o crédito
fiscal deve-se ao elevado volume
de provisões feitos no ano.
O Bradesco fez reservas em dinheiro (provisões) para fazer frente à possível inadimplência de sua
carteira de crédito e à queda do
preço das ações de sua carteira. Por
lei, a constituição dessas reservas
dá direito a crédito fiscal.
Isso porque, se as perdas previstas -com ações e crédito- acontecerem, as provisões se tornarão
despesas no futuro. Toda despesa
reduz o lucro e, portanto, cai o imposto a pagar. O que a lei permite é
que a redução do imposto seja antecipada. Foi o que o Bradesco fez.
Caso as perdas previstas não se
concretizem, as reservas são revertidas. Ou seja, em vez de serem lançadas como despesas, voltarão ao
banco como receita, já descontada
do imposto.
Segundo Machado dos Reis, essa
antecipação de crédito de imposto
teve impacto líquido positivo de
R$ 134 milhões sobre o resultado.
Ao final de 98, o Bradesco tinha
R$ 83,5 bilhões de recursos captados, entre depósitos -à vista e a
prazo-, caderneta de poupança,
prêmios de seguros e fundos de investimentos.
O ativo total do grupo cresceu
11,2% para R$ 68,6 bilhões.
A carteira de crédito cresceu
4,4% em termos nominais -incluindo os juros que incidem sobre
algumas operações-, alcançando
R$ 26,3 bilhões.
Segundo Antonio Bornia, vice-presidente do banco, no entanto,
em termos reais (descontados os
juros das próprias operações) houve uma redução das operações de
crédito, revelando cautela do banco diante do quadro de juros altos
e risco de inadimplência.
Essa preocupação com a inadimplência é revelada nas provisões
que o banco fez para créditos de liquidação duvidosa.
O banco terminou o ano com
provisão equivalente a 230% dos
créditos duvidosos, ou seja, com
excesso de 130% sobre aqueles créditos que ele considera problemáticos. Em 94, o banco tinha provisões de 154% dos créditos de liquidação duvidosa, ou seja, o excesso
era bem menor, de 54%.
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