São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2004

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Centrais sindicais cobram mudança "urgente" de rumo

DA REPORTAGEM LOCAL

CUT e Força Sindical, as duas maiores centrais sindicais do país, criticaram o governo petista e cobraram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais investimentos e juros menores para estimular a economia. As críticas foram feitas em reação ao resultado divulgado ontem pelo IBGE de que a economia brasileira encolheu 0,2% no ano passado.
"O governo Lula só conseguiu perder para o governo Collor, que enfrentava uma das maiores crises políticas da história do país e paralisou a economia", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, ao comparar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 (-0,2%) com o desempenho em 1992 (-0,5%).
"Não podemos aceitar crescimento pífio da economia, aumento do desemprego e redução da massa salarial, que foi exatamente o que ocorreu no ano passado. O governo tem de tomar providências urgentes e mudar o rumo da política econômica", afirmou João Felício, secretário-geral da CUT.
Os sindicalistas das duas centrais defendem a renegociação do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) -que estabeleceu superávit primário de 4,25%- e a redução das taxas de juros para reativar a economia. Também defendem políticas setoriais e investimentos públicos em infra-estrutura para incentivar a produção.
Para pressionar o governo a fazer essas mudanças, a CUT prepara uma manifestação com atos nacionais no dia 16 de abril.
"Será um dia nacional de luta por emprego e salário, que vai ocorrer após um seminário da central para debater o desenvolvimento do país", afirmou Felício.
"Ou o presidente Lula "pirou" ou está sendo enganado por sua equipe econômica. O que vai ocorrer [se for mantida a atual política econômica] é que o governo vai perder cada vez mais a credibilidade e a força política para realizar as mudanças necessárias", disse Paulinho.


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