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INVESTIMENTOS
Melhores opções em fevereiro foram as atreladas às taxas de juros; poupança fica abaixo da inflação
CDB fecha mês como a melhor aplicação; Bolsa e dólar caem
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem a recuperação ensaiada no
último pregão do mês livrou a Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo) de encerrar fevereiro com
uma queda acumulada de 0,44%.
A Bolsa não ficou imune aos
efeitos da crise política deflagrada
pelas denúncias de corrupção
contra um ex-assessor do governo. E, quando o feriado de Carnaval pareceu ter dissipado o mau
humor do mercado com o fato
político, a Bolsa foi sacolejada pela ata do Copom, indicando uma
manutenção de juros em março.
No ano, a Bovespa acumula
uma queda de 2,16% -ao contrário de 2003, quando ela despontara como maior atração entre os
investimentos, fechando o ano
com valorização de 97,3%.
Em fevereiro, as melhores opções para o investidor permaneceram sendo as aplicações que
têm seu rendimento atrelado à oscilação dos juros. Os fundos DI
-que seguem a variação dos depósitos interbancários- registraram rendimento de 1,08% no
mês. O CDB (Certificado de Depósito Bancário), o melhor investimento do mês, ofereceu, em média, um retorno de 1,2%.
A poupança teve em fevereiro
rendimento médio de 0,55%. Ficou, no entanto, abaixo da inflação do mês, considerada pelo
IGP-M (Índice Geral de Preços do
Mercado) da FGV, de 0,69%.
Com o fluxo de recursos positivos, assegurado em grande parte
por exportadores e internalização
de captações ocorridas ainda em
janeiro, o dólar comercial fechou
fevereiro com queda de 0,82%
-em janeiro, a alta fora de 1,02%.
No paralelo, o tombo foi ainda
maior: recuo de 2,95%. Ontem, o
dólar comercial registrou a terceira queda consecutiva (0,91%) e fechou cotado a R$ 2,908. Como o
BC há 20 dias não promove leilões
de compra da moeda, as cotações
do dólar sofreram maior pressão
apenas em momentos de tensão,
como nos primeiros dias após as
denúncias contra o ex-assessor do
governo Waldomiro Diniz.
"A tendência é que dólar volte a
se valorizar a médio prazo, porque o Fed [o banco central dos
EUA] já deu indicação de que haverá aumento dos juros", diz Carlos Alberto Abdalla, da corretora
Souza Barros.
O resultado da última semana
revela o nível de volatilidade enfrentado pela Bovespa. Das ações
que compõem o Ibovespa, 37 subiram, 15 baixaram e outras duas
permaneceram estáveis. "Espera-se que o governo comece a colocar em prática a agenda positiva.
O perigo é a oposição resgatar alguma coisa do caso Waldomiro.
Nessa hipótese, não teremos como escapar de mais volatilidade",
argumenta Eduardo Fornazier,
da Santos Asset Management.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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