São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2004

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INVESTIMENTOS

Melhores opções em fevereiro foram as atreladas às taxas de juros; poupança fica abaixo da inflação

CDB fecha mês como a melhor aplicação; Bolsa e dólar caem

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem a recuperação ensaiada no último pregão do mês livrou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) de encerrar fevereiro com uma queda acumulada de 0,44%.
A Bolsa não ficou imune aos efeitos da crise política deflagrada pelas denúncias de corrupção contra um ex-assessor do governo. E, quando o feriado de Carnaval pareceu ter dissipado o mau humor do mercado com o fato político, a Bolsa foi sacolejada pela ata do Copom, indicando uma manutenção de juros em março.
No ano, a Bovespa acumula uma queda de 2,16% -ao contrário de 2003, quando ela despontara como maior atração entre os investimentos, fechando o ano com valorização de 97,3%.
Em fevereiro, as melhores opções para o investidor permaneceram sendo as aplicações que têm seu rendimento atrelado à oscilação dos juros. Os fundos DI -que seguem a variação dos depósitos interbancários- registraram rendimento de 1,08% no mês. O CDB (Certificado de Depósito Bancário), o melhor investimento do mês, ofereceu, em média, um retorno de 1,2%.
A poupança teve em fevereiro rendimento médio de 0,55%. Ficou, no entanto, abaixo da inflação do mês, considerada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da FGV, de 0,69%.
Com o fluxo de recursos positivos, assegurado em grande parte por exportadores e internalização de captações ocorridas ainda em janeiro, o dólar comercial fechou fevereiro com queda de 0,82% -em janeiro, a alta fora de 1,02%. No paralelo, o tombo foi ainda maior: recuo de 2,95%. Ontem, o dólar comercial registrou a terceira queda consecutiva (0,91%) e fechou cotado a R$ 2,908. Como o BC há 20 dias não promove leilões de compra da moeda, as cotações do dólar sofreram maior pressão apenas em momentos de tensão, como nos primeiros dias após as denúncias contra o ex-assessor do governo Waldomiro Diniz.
"A tendência é que dólar volte a se valorizar a médio prazo, porque o Fed [o banco central dos EUA] já deu indicação de que haverá aumento dos juros", diz Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza Barros.
O resultado da última semana revela o nível de volatilidade enfrentado pela Bovespa. Das ações que compõem o Ibovespa, 37 subiram, 15 baixaram e outras duas permaneceram estáveis. "Espera-se que o governo comece a colocar em prática a agenda positiva. O perigo é a oposição resgatar alguma coisa do caso Waldomiro. Nessa hipótese, não teremos como escapar de mais volatilidade", argumenta Eduardo Fornazier, da Santos Asset Management. (JOSÉ ALAN DIAS)


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