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Setor quer regras claras para aumentar lista
MAURO ZAFALON
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
Habilitar 106 fazendas para o
fornecimento de gado para
abate visando o envio de carne
"in natura" para a União Européia representa muito pouco
diante da demanda do próprio
mercado europeu.
Para a CNA (Confederação
da Agricultura e Pecuária do
Brasil), esse número de propriedades pode, em tese, ofertar 1.500 toneladas para a UE
em 12 meses. Em 2007, os europeus compraram 287 mil.
Em média, uma fazenda que
engorda bois manda, por ano,
400 animais para o gancho dos
frigoríficos. Ao todo, seriam
aproximadamente 40 mil bois,
que resultariam nas 1.500 toneladas, diz Antenor Nogueira,
presidente do Fórum Nacional
de Pecuária de Corte da CNA.
Para a Abiec (Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), a retomada dos embarques de cortes
nobres para a UE é um avanço,
mas é necessário determinar
um organograma de como vai
ser o processo daqui para a
frente. "Qual será o próximo
passo e como será a incorporação de novas fazendas?", pergunta Antonio Camardelli, diretor-executivo da Abiec.
Um dos fatos importantes é
que, com o reinício das exportações, "o Brasil começa a sair
do efeito do barulho das trombetas dos irlandeses".
Segundo Camardelli, outro
ponto positivo é que termina a
possibilidade de um efeito dominó de outros países, que poderiam seguir a UE.
A liberação das 106 fazendas
pode dar um pequeno alívio à
demanda européia de carnes,
mas os preços podem não ser
mais os mesmos. Camardelli
diz que o produtor vai ter, e merece, um valor maior pelo produto que está sendo aceito. As
poucas fazendas estão espalhadas por vários Estados. Os frigoríficos terão um problema
maior de logística para adquirir
o produto e colocá-lo na UE.
Surpresa
Cesário Ramalho, presidente
da SRB (Sociedade Rural Brasileira), reagiu com estranheza à
notícia. "A União Européia voltou a importar sem que a missão técnica realizasse visitas a
campo?", questionou.
Segundo Nogueira, da CNA, o
governo brasileiro vem se comportando de forma excessivamente submissa nesse caso.
Para Ramalho, "é como se o
país estivesse fazendo a lição de
casa no meio da praça, vigiado
por todos os lados".
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