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TRABALHO
Segundo Dieese, número de desempregados foi a 1,77 milhão em fevereiro; salário médio encolheu 10% na região
Desemprego chega a 19,1% na Grande SP
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O desemprego atingiu 19,1% da
população economicamente ativa
no mês passado na região metropolitana de São Paulo. Foi o índice
mais alto registrado nos meses de
fevereiro desde 1985.
Pesquisa de emprego e desemprego divulgada ontem pela Fundação Seade/Dieese (Fundação
Sistema Estadual de Análise de
Dados/Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) mostra que a taxa
de desemprego na PEA (população economicamente ativa) passou de 17,9% em janeiro para
19,1% no mês passado. Ou seja,
em um mês o desemprego aumentou 6,7%. No mês passado, os
desempregados na Grande São
Paulo somavam 1,77 milhão.
A taxa de desemprego de fevereiro também é a mais alta dos últimos 30 meses, segundo o Dieese. Perde para setembro de 99,
quando o índice foi de 19,7%.
No mês passado foram fechados 152 mil postos de trabalho na
região metropolitana. Desse total,
110 mil assalariados com carteira
assinada estavam empregados no
setor de serviços.
Entre os grupos que mais perderam o emprego estão os trabalhadores na faixa de 25 a 39 anos
(19,7%), os de 15 a 17 anos (18,3%)
e os chefes de família (15,8%).
Procura cresce
"Além do fechamento de postos, subiu o número de pessoas
que procuram emprego. Essa
pressão, associada aos elevados
índices de desemprego desde o
segundo semestre de 2001, não
traz boas perspectivas para o mercado até junho", disse o diretor
técnico do Dieese, Sérgio Mendonça. Em relação a fevereiro de
2001, o total de vagas criadas (43
mil) não foi suficiente para absorver a entrada de pessoas (286 mil)
no mercado.
O salário médio dos trabalhadores da região metropolitana de
São Paulo caiu 10% em janeiro
deste ano em relação ao mesmo
mês do ano anterior e passou de
R$ 924 para R$ 832.
Na comparação com dezembro
de 2001, quando o rendimento
médio era de R$ 856, a queda foi
de 2,8%, segundo pesquisa mensal de emprego e desemprego do
Dieese divulgada ontem.
Renda em queda
A redução nos salários foi maior
nos últimos 12 meses entre os trabalhadores autônomos (-18,3%).
No setor privado, a redução foi
maior nos contracheques de
quem trabalha no setor de serviços (-8,8%) e na indústria (-8,1%).
Entre os trabalhadores com carteira assinada, a queda nos salários foi maior: 7,5% contra 6,8%
dos assalariados sem carteira.
Para o diretor técnico do Dieese,
Sérgio Mendonça, a queda no
rendimento pode ser explicada
por dois fatores: os elevados índices de desemprego e a alta rotatividade da mão-de-obra empregada. "Como a oferta de trabalhadores é grande, as empresas contratam por salários mais baixos.
A troca da mão-de-obra, mais
constante entre os de baixa renda,
também afeta os salários, que são
ainda mais achatados. Você demite quem ganha cinco salários
mínimos, por exemplo, para recontratar por três", disse Mendonça.
Segundo a pesquisa, o rendimento médio para os homens diminuiu 2,9% em janeiro (em relação a dezembro de 2001) e equivale a R$ 983. Entre as mulheres a
queda foi de 3,6%, e o salário corresponde a R$ 643. A remuneração média das mulheres corresponde a 65,4% da recebida pelos
homens em janeiro.
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