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Renda do brasileiro recua pelo 13º mês consecutivo
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O mercado de trabalho dá sinais
de recuperação, diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número de trabalhadores ocupados cresceu, a taxa do
desemprego ficou estável e menos
pessoas saíram do mercado em
fevereiro. Essa melhora, no entanto, ainda não atingiu o rendimento, que caiu pelo 13º mês seguido.
Excluídos os efeitos sazonais (típicos de cada período), o desemprego ficou em 6,7% em fevereiro
-o mesmo percentual de janeiro. A taxa sem o ajuste sazonal,
porém, teve um pequeno aumento de janeiro para fevereiro, subindo de 6,8% para 7%. Em fevereiro de 2001, ela foi de 5,7%.
Pelo segundo mês consecutivo,
o número de pessoas trabalhando
aumentou em fevereiro na comparação com fevereiro de 2001. O
indicador teve alta de 1,4%, após
já ter crescido 0,3% em janeiro.
"O mercado de trabalho melhorou em fevereiro. Mais pessoas estão ocupadas. Este é o indicador
mais significativo", disse Shyrlene
Ramos de Souza, economista do
IBGE responsável pela pesquisa
de emprego.
A renda do trabalhador continua num ritmo de queda acentuado. Em fevereiro, a renda recuou
5,3% em relação ao mesmo mês
de 2001 -uma retração menor
do que os 8,9% de janeiro.
"A queda do rendimento no
ano passado foi muito forte, pois
todos os cortes de custo das empresas foram feitos via redução do
remuneração do trabalhador. Ou
reduzindo horas extras ou demitindo e contratando em seguida
com salário menor. Por isso, vai
demorar muito para que a renda
volte a crescer. Não acredito que
isso ocorra em 2002", disse Zeina.
A pequena alta do desemprego
sem ajuste sazonal é reflexo da
maior procura por trabalho, pois
mais pessoas que estariam fora do
mercado voltaram a procurar emprego. Prova disso é que a PEA
(população economicamente ativa) cresceu 2,9%.
O número de pessoas que estavam buscando uma recolocação
em fevereiro cresceu 26,7%. Nem
todas foram absorvidas, por isso,
o desemprego cresceu ligeiramente na taxa dessazonalizada.
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