São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 2002

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Renda do brasileiro recua pelo 13º mês consecutivo

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O mercado de trabalho dá sinais de recuperação, diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número de trabalhadores ocupados cresceu, a taxa do desemprego ficou estável e menos pessoas saíram do mercado em fevereiro. Essa melhora, no entanto, ainda não atingiu o rendimento, que caiu pelo 13º mês seguido.
Excluídos os efeitos sazonais (típicos de cada período), o desemprego ficou em 6,7% em fevereiro -o mesmo percentual de janeiro. A taxa sem o ajuste sazonal, porém, teve um pequeno aumento de janeiro para fevereiro, subindo de 6,8% para 7%. Em fevereiro de 2001, ela foi de 5,7%.
Pelo segundo mês consecutivo, o número de pessoas trabalhando aumentou em fevereiro na comparação com fevereiro de 2001. O indicador teve alta de 1,4%, após já ter crescido 0,3% em janeiro.
"O mercado de trabalho melhorou em fevereiro. Mais pessoas estão ocupadas. Este é o indicador mais significativo", disse Shyrlene Ramos de Souza, economista do IBGE responsável pela pesquisa de emprego.
A renda do trabalhador continua num ritmo de queda acentuado. Em fevereiro, a renda recuou 5,3% em relação ao mesmo mês de 2001 -uma retração menor do que os 8,9% de janeiro.
"A queda do rendimento no ano passado foi muito forte, pois todos os cortes de custo das empresas foram feitos via redução do remuneração do trabalhador. Ou reduzindo horas extras ou demitindo e contratando em seguida com salário menor. Por isso, vai demorar muito para que a renda volte a crescer. Não acredito que isso ocorra em 2002", disse Zeina.
A pequena alta do desemprego sem ajuste sazonal é reflexo da maior procura por trabalho, pois mais pessoas que estariam fora do mercado voltaram a procurar emprego. Prova disso é que a PEA (população economicamente ativa) cresceu 2,9%.
O número de pessoas que estavam buscando uma recolocação em fevereiro cresceu 26,7%. Nem todas foram absorvidas, por isso, o desemprego cresceu ligeiramente na taxa dessazonalizada.



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