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Vendas de
combustível têm
recuo de 8%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas das lojas de material de construção e dos postos
de combustível caíram 6,32% e
7,97% nos 12 meses encerrados
em janeiro, segundo dados da
PMC (Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE).
Em janeiro, as vendas dos
postos caíram 8,62%, sob impacto do aumento de preço
tanto do álcool como da gasolina. Só em janeiro, esses combustíveis tiveram altas de
9,87% e 1,19%, respectivamente, pelos dados do IPCA. Em
2005, a gasolina subiu 7,76%; o
álcool, 5,64%.
Já as lojas de material de
construção, dizem especialistas
ouvidos pela Folha, tiveram
fraco desempenho porque o
consumo a crédito foi todo direcionado pelas famílias para
móveis, eletrodomésticos e veículos, artigos de maior apelo
comercial. Além disso, o consumo formiga (das classes mais
baixas) de pequenas reformas e
ampliações foi prejudicado pelo fraco crescimento econômico e pelo rendimento ainda em
fase inicial de recuperação.
Na outra ponta, está o varejo
de equipamentos de informática, comunicação e material de
escritório, com crescimento de
112,77% no acumulado de 12
meses. Tal desempenho é atribuído pelo IBGE à queda do
dólar, que fez baixar o preço
desses produtos, cujas peças e
componentes são em sua
maioria importados. Em janeiro, o setor manteve expansão
forte, com alta de 63,77%.
Outro destaque ficou com o
grupamento de outros artigos
de uso pessoal e doméstico
(óticas, lojas de brinquedos e
outros), com alta de 26,2% em
janeiro e de 15,91% em 12 meses. O câmbio também ajudou
a promover as vendas dessa categoria, dizem os economistas.
Em média, o indicador do comércio varejista ampliado (11
setores -dois deles, com vendas também no atacado: construção e veículos) registrou alta
de 2,86% nos últimos 12 meses
até janeiro -a variação naquele mês ficou em 3,96% ante janeiro de 2005.
Inibição
Para Altamiro Carvalho, economista da Fecomercio SP, o
aumento dos preços "inibiu a
demanda" por combustíveis,
resultando no recuo das vendas. Também pesou, diz, o fato
de o rendimento não ter decolado no ano passado, período
de baixa expansão econômica.
No caso das lojas de material
de construção, o que ocorreu,
diz, foi uma opção das famílias
por compras de eletrodomésticos e veículos. Com dívidas no
crediário, sobrou menos dinheiro para reformas de imóveis. "Houve uma canalização
da demanda, mas o setor [do
varejo de material de construção] tende a se recuperar."
O economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio) Carlos Thadeu de Freitas
diz que o consumo de artigos
de construção tanto pela classe
média como pelas camadas
mais pobres (grandes compradoras de cimento e materiais
básicos) sofreu em razão da falta de renda e do baixo nível de
atividade da economia -o PIB
subiu apenas 2,3% em 2005.
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