São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

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ECONOMIA GLOBAL

Taxa do país deve subir para 4,75% ao ano na primeira reunião do Fed sob o comando de Bernanke

Juro dos EUA deve subir hoje pela 15ª vez

DA REDAÇÃO

O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) deve aumentar amanhã a taxa básica de juros do país pela 15ª vez, em sua primeira reunião sob o comando do novo presidente do órgão, Ben Bernanke, que tomou posse em fevereiro.
Na reunião, que começou ontem e termina hoje, os conselheiros do banco devem elevar a taxa de juros de 4,5% para 4,75% ao ano. O mercado também aguarda para ver se o comunicado que acompanha a decisão trará alguma indicação de que o processo de alta dos juros, iniciado em junho de 2004, está próximo do fim.
Muitos analistas esperam que haverá mais uma alta na reunião de maio, devido a dados conjunturais recentes que apontam para leves pressões inflacionárias e produção industrial acelerada.
Um dos fatores que pode causar pressão inflacionária é a melhora do mercado de trabalho, que pode se traduzir em salários maiores e mais consumo.
O processo de alta da taxa foi iniciado pelo presidente anterior do Fed, Alan Greenspan, quando ela estava no seu menor nível em mais de quatro décadas, 1%. Os juros haviam baixado para dar impulso à economia, que passava por uma recessão.
Hoje o Fed busca trazer os juros para uma taxa "neutra", que não estimula nem desaquece a economia norte-americana, que cresce de forma "robusta", segundo a maioria dos analistas e o próprio BC americano.

Enigma
Outra questão que o Fed tem que levar em conta é o chamado "enigma" ("conundrum") de por que as taxas de juros de longo prazo não vêm aumentando, apesar de o Fed estar subindo os juros.
Na semana passada, Bernanke falou sobre o assunto e disse que esse fato poderia levar a taxa "neutra" a ser mais alta ou mais baixa que o normal, dependendo das causas do "enigma".
Uma taxa de juros mais alta nos Estados Unidos tem conseqüências negativas para os países em desenvolvimento, porque os títulos do Tesouro americano, considerados os mais seguros, passam a pagar juros maiores, se tornando mais atraentes.
Com isso, os investidores podem tirar dinheiro de ativos de países emergentes, como o Brasil, que carregam maior risco.


Com agências internacionais


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