São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

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VÔO BAIXO

Federação do setor em SC, Estado que mais exporta frango no país, estima que 10 mil corram o risco de demissão

Gripe aviária deixa 900 em férias coletivas

DA REUTERS

A partir de ontem, 900 funcionários da indústria de aves entraram em férias coletivas em Santa Catarina, maior Estado exportador de carne de frango do Brasil, afirmou o vice-presidente da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), Enori Barbieri.
Segundo Barbieri, a Seara, terceira maior processadora de aves do país, já demitiu no Estado cerca de 270 funcionários e outras empresas poderão adotar medidas semelhantes em conseqüência da queda nas exportações brasileiras de frango em meio ao temor da gripe aviária em mercados consumidores.
"Com as férias coletivas, a indústria espera que isso [a queda no consumo mundial] se reverta em 60 dias, senão começam as demissões", disse Barbieri, que acredita que cerca de 10 mil funcionários corram o risco de perder empregos no Estado.
Segundo dados da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos), os embarques em fevereiro somaram 198.887 toneladas, queda de 8% em relação a fevereiro de 2005 e de 7% em comparação a janeiro deste ano.
A média das exportações de Santa Catarina é de 100 mil toneladas por mês, de acordo com Barbieri, mas em janeiro e fevereiro deste ano as vendas externas recuaram 10% por mês. E em março as exportações devem registrar perda de 20%.
A Abef projeta uma redução na produção nacional de 25%, devido ao cenário internacional desfavorável, que está derrubando os preços do frango no mercado interno. Entretanto, a indústria pretende intervir para evitar maior desvalorização do produto.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação (Contac/CUT), Siderlei de Oliveira, algumas empresas fizeram acordo para, a partir de 16 de abril, interromper abates, o que levará à redução na oferta local.
Já o presidente do Sindicato e Associação do Sindiavipar (Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná), Domingos Martins, acredita que o quadro de funcionários da indústria deve passar por um ajuste e diz que que, até agora, demissões no Estado não foram significativas.


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