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Analistas questionam tese da explosão da demanda interna
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais um indicador divulgado
ontem, o INA (Nível de Atividade da Indústria), da Fiesp, reforçou a percepção de que a
economia segue em ritmo acelerado de expansão neste início
de ano, o que pode levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a elevar a taxa de juros na
próxima reunião.
Em fevereiro, a atividade industrial aumentou 1,5% com
ajuste sazonal -que isola movimentos típicos de determinados períodos de tempo- em relação a janeiro. Foi o melhor resultado para um mês de fevereiro desde 2002.
Outros indicadores recentes
confirmam a percepção de que
a expansão econômica não dá
sinais de arrefecer, o que leva
alguns analistas a já darem como certo o aumento dos juros
em abril. Anteontem, por
exemplo, pesquisa da Abras
(Associação Brasileira de Supermercados) mostrou que as
vendas em supermercados
cresceram 8,31% no primeiro
bimestre ante o mesmo período de 2007.
"O Banco Central comprou a
idéia da explosão no consumo.
Essa visão já se consolidou, e
uma alta dos juros no mês que
vem já está selada, acredito",
disse o consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Júlio
Gomes de Almeida.
O Iedi não divulga suas previsões para o crescimento econômico, mas, segundo Almeida, o
instituto revisou para baixo
suas projeções por conta da expectativa de elevação da Selic.
De acordo com o consultor
do Iedi, há, porém, uma "falsa
impressão" de que o consumo
está "explodindo". "Há, sim,
uma expansão na demanda,
mas há também um exagero na
percepção. Em janeiro, por
exemplo, a "explosão" do comércio se deu muito em razão
das promoções."
Para o sócio-diretor da RC
Consultores, Fábio Silveira, o
BC deve aumentar os juros já
na próxima reunião. Para ele, a
razão principal não seria a demanda doméstica, e sim a alta
global nos preços dos insumos.
"Há demanda aquecida, mas
não um esgotamento da capacidade instalada".
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