PIB do período cresce 0,6%, o mais baixo desde 2002

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A divulgação da queda de 3,3% nos lucros das empresas dos EUA no último trimestre do ano passado e o crescimento de 0,6% do PIB mostram que o país está em condições semelhantes às de recessões passadas, de acordo com o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) de Atlanta, Dennis Lockhart.
"Ainda não temos provas suficientes para dizer que a economia está em recessão, mas é claro que registra uma desaceleração parecida com a dos períodos que levaram a recessões no passado."
A queda nos lucros -segunda trimestral consecutiva- foi mais assustadora porque não incluiu os prejuízos ou provisões que as empresas do país registraram em razão dos problemas com o crédito hipotecário de risco ("subprime"). No ano, o lucro das empresas subiu 2,7%, contra 12,6% em 2006.
Não houve revisão nos dados gerais no PIB do último trimestre de 2007, mas o crescimento foi o mais baixo desde o mesmo período de 2002, quando a economia havia crescido 0,2%.
O consumo das famílias -responsáveis por cerca de 70% da economia dos EUA- desacelerou de 2,8% no terceiro trimestre do ano passado para 2,3% no quarto trimestre.
A explicação para a retração, diz o Departamento de Comércio, são o baixo investimento em estoques e as quedas das exportações, dos gastos do governo e dos consumidores. Economistas acreditam que o PIB deste trimestre pode ser menor que o do último de 2007.
Lockhart explica sua análise pessimista com a contração do mercado imobiliário e o efeito das turbulências financeiras nos gastos dos lares e das empresas, que podem durar até o fim do ano. "A recuperação que eu esperava para o segundo semestre pode atrasar-se."