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Fiat cogita fechamento de fábricas na Itália
Empresa reclama de ajuda concedida por governos europeus à indústria local
Governo norte-americano
afirma que apresentará na
próxima segunda-feira
plano para socorrer sua
indústria automotiva
DA REDAÇÃO
O presidente-executivo da
Fiat, Sergio Marchionne, não
descartou o fechamento das fábricas da montadora na Itália,
onde estão concentrados aproximadamente 30% da sua produção e ela é a empresa privada
que mais emprega pessoal.
"Se não forem encontradas
soluções, não há condições econômicas para manter a Fiat como uma indústria independente na Itália. As condições atuais,
o volume, o uso da capacidade
das fábricas fazem a divisão do
grupo perder dinheiro."
Há cinco anos, a montadora
tinha prometido não fechar as
suas fábricas na Itália, mas agora, diz Marchionne, as condições mudaram. "A atual crise
tornou os custos insuportáveis." Segundo o executivo, todas as montadoras tiveram que
"racionalizar" a produção, devido à queda na demanda. "Não
é um problema apenas da Fiat,
fábricas por toda a Europa correm o risco de serem fechadas."
O principal executivo da Fiat
também criticou as ajudas concedidas pelos governos do Reino Unido, da França e da Suécia
para as montadoras locais. Na
opinião dele, o socorro compromete a competição no setor
e é "muito perigoso". "A ajuda
deveria ir para todos ou para
ninguém", disse.
Marchionne afirmou que socorros como o concedido pelo
governo francês (que destinou
empréstimos de bilhões de euros para Renault e Peugeot Citroën) colocaram certas empresas "em uma posição privilegiada e força as outras a lutarem com suas mãos atadas". O
governo italiano também lançou um plano para a indústria
local, porém mais modesto: bônus para as pessoas trocarem
carros velhos por novos.
A indústria automotiva europeia tem sofrido com a forte
queda nas vendas nos últimos
meses, resultado da crise que
levou à recessão as principais
economias do continente e dificultou o acesso dos consumidores a financiamento.
A Fiat terminou o ano passado com um lucro de 1,721 bilhão, queda de 16,2% na comparação com 2007.
Estados Unidos
Na segunda-feira, o governo
americano deverá apresentar o
seu plano para a recuperação
da indústria automotiva do
país. As medidas também interessam à Fiat, já que ela negocia
um acordo para ficar com 35%
de participação na norte-americana Chrysler.
"Eu acredito que o presidente [Barack] Obama vai apresentar as linhas gerais do que ele
acredita ser a melhor maneira
para as empresas atingirem a
viabilidade tanto no curto prazo como no longo prazo", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
A GM e a Chrysler receberam
US$ 17,4 bilhões do governo
dos Estados Unidos no final do
ano passado e, em troca, comprometeram-se a apresentar
até a próxima terça-feira um
plano que comprove a sua viabilidade econômica. Com o
agravamento da crise, elas já
pediram mais US$ 21,6 bilhões
de ajuda estatal.
As vendas das montadoras
nos EUA vêm caindo fortemente nos últimos meses. Fevereiro foi o pior mês desde 1981,
com a GM registrando queda
de 53%, a Ford, de 48%, e a
Chrysler, de 44%. E a expectativa de analistas é que março
também registre resultados
ruins, ainda mais que os preços
da gasolina voltaram a subir.
Com agências internacionais
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