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AGRICULTURA
Safras de grãos, café e laranja devem movimentar comércio na região, principal pólo de cana-de-açúcar do país
Safra injeta R$ 1,3 bi em Ribeirão Preto
da Reportagem Local
Apesar da crise que atravessa o
setor sucroalcooleiro, com queda
de preços internos e no mercado
internacional, as safras de grãos,
de café e de laranja devem movimentar o comércio na região de Ribeirão Preto (319 km ao norte de
São Paulo), principal pólo de cana-de-açúcar do país.
Levantamento feito pela área
econômica da ACI (Associação
Comercial e Industrial), de Ribeirão Preto, mostra que culturas como soja, milho, feijão, arroz,
amendoim, café e laranja deverão
injetar cerca de R$ 1,3 bilhão (US$
750 milhões), nesta temporada,
nos 84 municípios da região.
"A atividade econômica aqui está totalmente ligada ao campo",
diz Vicente Golfeto, 56, economista da ACI. "Quando a agricultura
espirra, a região pega pneumonia."
A região de Ribeirão Preto é um
dos principais pólos agrícolas do
país. São cerca de 3,6 milhões de ha
com uma população estimada em
2,850 milhões, segundo Golfeto.
Pelo levantamento da entidade,
alguns segmentos, como construção civil, autopeças e alimentos,
entre outros, serão, de imediato,
favorecidos pela safra.
De acordo com a associação,
com a movimentação da colheita
de grãos, a região se tornará responsável por 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto), a soma das riquezas, de todo o interior paulista.
Investimento
Um dos sinais de diversificação
agrícola da região, que envolve cidades como Barretos, Franca, Bebedouro, São Carlos e Araraquara,
é a Santal Equipamentos.
Com sede em Ribeirão Preto, a
empresa é uma das maiores fabricantes de colheitadeiras de cana do
país. Ainda neste semestre, entra
na mecanização do amendoim.
A Santal, que faturou R$ 16 milhões no ano passado, espera crescer 15% este ano com a venda de
máquinas voltadas para a cultura
do amendoim.
Ela está importando tecnologia
norte-americana e desenvolvendo
novos produtos com tecnologia
nacional. A empresa acredita que o
aumento de renda agrícola deve favorecer os investimentos na modernização no campo.
Mudança estratégica
De olho no potencial da região, a
Abecitrus (Associação Brasileira
dos Exportadores de Cítricos) está
mudando de São Paulo para Ribeirão Preto em junho próximo.
Ribeirão está a cerca de 80 km de
Araraquara, que é uma das principais regiões produtoras e processadoras de laranja do país.
Segundo Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus, os motivos
da mudança são o caos do trânsito
de São Paulo, as enchentes e os engarrafamentos intermináveis, que
estavam dificultando reunir os representantes da entidade na cidade. "Há ainda a questão da qualidade de vida. Isso, então, nem se
discute. A região tem tudo", diz.
Com a mudança, a entidade também pretende reduzir custos, pois
estará mais próxima tanto das indústrias de suco quanto dos produtores de laranja.
O setor movimenta anualmente
em todo o interior paulista US$ 5
bilhões por ano e deverá faturar
com exportação nesta temporada
US$ 1,5 bilhão.
A laranja é a principal atividade
econômica de 330 municípios paulistas, boa parte deles na região de
Ribeirão Preto.
Gera 400 mil empregos diretos e
1,6 milhão de indiretos.
Um grupo ligado a agronegócios
está investindo R$ 2 milhões na
construção de uma concessionária
Renault, em Araraquara. A loja será inaugurada no dia 7 de abril.
Os empresários estão apostando
no aumento de renda dos citricultores como um dos principais filões de vendas de carros neste ano.
(ROBERTO DE OLIVEIRA)
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