São Paulo, Domingo, 28 de Março de 1999
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Situação do país continua caótica

da Redação

A situação financeira russa continua tão caótica quanto às vésperas da crise que levou à moratória.
De maio a julho deste ano, o país precisa pagar US$ 6 bilhões. No total, US$ 17,5 bilhões vencem em 99, e a dívida externa chega a US$ 140 bilhões. Na quinta-feira, o banco central da Rússia informou que suas reservas estão hoje em US$ 11,2 bilhões, o nível mais baixo em três anos.
Em meio à panacéia financeira, o governo russo se reconfortava na semana passada de que a economia neste trimestre recuara cerca de 7%, dois pontos percentuais menos do que se previa.
Em janeiro, a inflação anual chegou a 100%. Funcionários públicos estão com salários em atraso de até um ano. A renda per capita caiu, em dólar, mais de 50% desde agosto, e o país reúne mais de 42 milhões de habitantes abaixo da linha da pobreza.
A visita de Camdessus deve se estender até amanhã. Autoridades russas querem fechar um novo acordo até abril. Analistas dizem, no entanto, que há poucas chances de uma solução rápida.
Ao mesmo tempo, consideram que o colapso total da Rússia seria embaraçoso e indesejável para o Ocidente, que vinha ajudando na reforma do país desde 1991, após o fim do regime comunista.
Apesar disso, os Estados Unidos ainda têm interesse em ajudar a Rússia, ainda uma potência nuclear. "Se a Rússia se desestabilizar, os custos para os Estados Unidos serão muito maiores do que se pode imaginar", reconheceu o secretário do Tesouro norte-americano, Robert Rubin.


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