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Juros de 18%
receberam
voto no BC
da Sucursal de Brasília
e do FolhaNews
O Copom (Comitê de Política Monetária) discutiu em sua
última reunião a possibilidade
de baixar os juros de 18,5% para 18% anuais, e um dos diretores do Banco Central chegou a
votar a favor dessa hipótese.
É a primeira vez em que o comitê não toma uma decisão
unânime desde que Armínio
Fraga assumiu a presidência
do BC. O diretor dissidente,
que não teve o nome revelado,
perdeu por 7 votos a 1, e o Copom decidiu manter os juros
em 18,5% anuais, suspendendo a tendência (viés) de baixa.
As razões que levaram o conselho a adotar essa posição
conservadora já são conhecidas e foram anunciadas na semana passada, logo após a reunião: a volatilidade nas Bolsas
norte-americanas, a pressão
sobre o preço do petróleo e o
julgamento da ação sobre a
correção dos saldos do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço).
Ontem, com a divulgação da
ata de sua última reunião, o
Copom revelou que os diretores do BC chegaram a analisar
uma visão alternativa da economia, que não é tão negra como aquela que levou à manutenção dos juros e suspensão
da tendência de baixa.
Esse cenário mais otimista
ressalta o fato de que nos três
primeiros meses deste ano
também houve choques na
economia, como a pressão sobre o preço do petróleo e as tarifas públicas, mas as expectativas do mercado sobre a inflação melhoraram.
Desde a adoção do sistema
de câmbio flutuante, em janeiro de 1999, o cumprimento da
meta de inflação (que deve ficar entre 4% e 8% neste ano) é
o principal objetivo da política
de juros, pelo menos no discurso oficial do BC.
"A rápida reversão da trajetória de preços domésticos em
meio a choques de oferta negativos sugere que há espaço para a redução do patamar de juros praticado no Brasil", diz a
ata do Copom, referindo-se à
visão otimista sobre o futuro
da economia, que saiu perdedora.
Para a corrente conservadora, majoritária dentro Copom,
a maior fonte de incerteza no
curto prazo é a volatilidade na
Bolsas dos Estados Unidos.
"Essa volatilidade tende a
manter-se elevada por algum
tempo", afirma a ata.
Para o Copom, caso a decisão
da Justiça implique ressarcimento de altas quantias aos titulares de contas do FGTS, a
dívida pública poderá aumentar e os investidores vão exigir
mais retorno para aplicar recursos no país.
Fraga
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse em
São Paulo que o fato de o Copom ter sido excluído da definição das taxas de juros do redesconto (linha de empréstimos do BC aos bancos) foi um
ajuste técnico.
Ele afirmou que o comitê vai
centralizar sua discussão em
pontos clássicos da política
monetária.
A mudança na atribuição do
Copom foi determinada anteontem, por meio de circulares divulgadas no Sisbacen (sistema eletrônico de informações do BC).
Fraga disse que recebeu estudo do Banco Mundial estimando que o Brasil poderia crescer
um ponto percentual acima do
atual patamar, se fosse utilizada toda a capacidade do seu
mercado de capitais.
Como limitantes do mercado, Fraga citou o alto custo do
dinheiro no país e das transações financeiras.
Para o presidente do BC, a
briga na Justiça em relação à
correção do FGTS aumentou a
percepção do risco brasileiro.
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