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TELEFONIA
Banco tenta receber US$ 358 mi da América Móvil, empresa que faz parte do grupo mexicano e que controla a Claro no país
Telmex terá de resolver dívida com BNDES
DA REDAÇÃO
A confirmação da aquisição da
Embratel pela Telmex deve reabrir uma disputa que terá que ser
resolvida pela empresa mexicana
antes de assumir a operadora brasileira. Ela envolve o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), de
um lado, e a mexicana América
Móvil, pertencente ao mesmo
grupo da Telmex, do outro.
O BNDES alega ter direito a receber US$ 358 milhões da América Móvil, que controla, no Brasil,
a operadora de telefonia celular
Claro. Esse valor corresponde ao
total que o BNDESPar (braço de
investimentos do banco) possui
em ações da Americel e da Telet,
empresas da Claro no país.
Segundo o BNDES, a possibilidade de venda das ações estava
prevista em contrato em caso de
mudança de dono da Americel e
da Telet -o que teria ocorrido
em 2002, com a América Móvil. A
operadora diz que ela e a Telmex
são companhias distintas.
Discussões regulatórias têm sido fato corriqueiro na expansão
do império erguido pelo empresário mexicano Carlos Slim.
A própria nova controladora da
Embratel perdeu, no mês passado, processo movido pelos EUA
no âmbito da OMC (Organização
Mundial do Comércio).
As operadoras norte-americanas AT&T e MCI acusaram a empresa mexicana de monopólio
das ligações entre os dois países
-obrigadas a utilizar companhias mexicanas para completar
as chamadas originárias dos EUA,
elas reclamaram das taxas de conexão fixadas pela Telmex.
Segundo um estudo preparado
no ano passado pelo banco norte-americano Bear Stearns, com base em dados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), as tarifas da Telmex no México, nos serviços de telefonia residencial e comercial, eram as mais elevadas
entre as principais empresas do
setor na América Latina.
A rápida expansão no setor de
telecomunicações, iniciada em
1990, justamente com a compra
da então estatal Telmex, por US$
1,76 bilhão, é marcada pelo domínio de mercado. A Telcel, operadora de telefonia celular, detém
70% do mercado mexicano; a Telmex, 95% do de telefonia fixa.
O oportunismo é outra de suas
marcas. No ano passado, Slim
aproveitou a crise da MCI, então
concordatária, para comprar títulos conversíveis em ações, pagando 22% de seu valor nominal.
Além de ter se tornado um dos
principais credores da empresa,
com a recuperação neste ano, viu
suas ações se valorizarem.
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