São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

Ata do Copom tranqüiliza mercado

Ao assinalar que a flexibilização da política monetária será conduzida com mais parcimônia a partir de agora, a ata do Copom demonstrou de forma clara que o Banco Central não irá se influenciar por pressões externas para acelerar o processo de redução dos juros. O mercado financeiro recebeu muito bem o recado do Banco Central.
Nas últimas semanas, o mercado se assustou com o aumento do volume de gastos do governo federal. O receio era de que essa atitude mais expansionista viesse a se refletir em aumento de preços e, portanto, na volta da inflação. A ata do Copom indica que o Banco Central irá manter seu papel de bombeiro contra o risco da alta inflacionária.
Segundo Paulo Leme, economista da Goldman Sachs, o documento mostrou muita maturidade e senso de responsabilidade do Banco Central. "A ata me dá confiança de o BC estar exercendo o seu papel de guardião da moeda", diz ele.
De acordo com Leme, isso não significa que os cortes de juros tenham chegado ao fim, a partir de agora. A interpretação do mercado foi de que o processo de redução da Selic continua, mas em ritmo mais lento. Tanto que as apostas para a queda de juros se estenderam para prazos mais longos. "O grande corte talvez não se dê nessa administração, e fique para 2007", diz Leme.
A ata do Copom deixou clara também a forte divergência que ainda existe entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a equipe de Henrique Meirelles. Mantega defende a manutenção de um ritmo mais forte no processo de redução dos juros, enquanto Meirelles tem mantido um perfil mais conservador.
De acordo com pessoas próximas ao Palácio do Planalto, Meirelles, que já esteve no ano passado com a cabeça a prêmio, nunca esteve tão forte no governo Lula, nem quando Antonio Palocci estava à frente da Fazenda.

"DIQUE SECO"
Sete empresas, entre elas a Camargo Corrêa, entraram com recurso contestando o resultado da licitação feita pela Petrobras para construção e reparo das plataformas marítimas ("dique seco"). A licitação, realizada pela Rio Bravo, foi vencida pelo Estaleiro Rio Grande, com uma proposta de R$ 157,6 milhões. Em segundo, ficou a Camargo Corrêa, com R$ 158,7 milhões.

JARDIM DOS PRAZERES
Começa hoje em São Paulo a décima edição da Erótika Fair que, neste ano, se propõe a oferecer um parque de diversões adulto: com exposição de arte erótica, festas temáticas, peças de teatro, entre outras atrações. "O objetivo do evento não é chocar o público", diz Evaldo Shiroma, organizador da feira. Com 40 expositores em 8 mil m2 e investimentos de R$ 300 mil, a Erótika Fair, que vai até 21 de maio, tem como objetivo gerar R$ 4 milhões em negócios. O setor de produtos eróticos movimenta R$ 800 milhões ao ano em todo o Brasil, sendo São Paulo responsável por 40% desse montante.

ALÉM DA CERVEJA
O "casamento" entre futebol e cerveja no Brasil pode estar sacramentado, mas ainda há espaço para outras bebidas. Com esse espírito, a gigante mundial Diageo decidiu, pela primeira vez, investir "pesado" na Copa do Mundo no país, que terá cerca de um terço do orçamento de marketing da Johnnie Walker neste ano. "Na Copa passada, os jogos eram de madrugada. Mas, neste ano, serão à tarde e irão invadir a happy hour, o que nos motivou a adotar essa estratégia", diz Eduardo Bendzius, diretor da Diageo. As ações previstas incluem o lançamento de uma linha de copos com motivos que remetam à competição e parceria com cem bares em São Paulo, Recife e Salvador, além de anúncios que ligam o "striding man", ícone da marca de uísque, aos adversários da seleção brasileira na primeira fase do Mundial, por exemplo.

AGORA VAI
Será publicada hoje, no Diário Oficial, a portaria assinada por Hélio Costa (Comunicações) que permite o uso do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) para instalar telefones especiais em 700 instituições de apoio a deficientes. O projeto custa R$ 7 milhões e será o primeiro a receber recursos do fundo. O Fust já arrecadou R$ 4 bilhões.

TELA QUENTE
O leilão da Christie's, na terça em NY, promete. O destaque é "L'Arlésienne, Madame Ginoux", de Vincent van Gogh. Os retratos do holandês costumam levantar somas milionárias -US$ 71,5 milhões por "Auto-Retrato com Barba", em 1998. A Christie's e a família Bakwin, que comprou a obra em 1929 por menos de US$ 100 mil, já devem estar gastando por conta.

JÓIA RARA
Por R$ 10 mil, os brasileiros já podem comprar a nova "jóia" da tradicional relojoaria suíça Rado. A empresa acaba de lançar mundialmente o modelo Sintra XXL, um relógio de cristal de safira, que agora chega ao Brasil. Na cor preta, com numerais arábicos, ele é construído de forma a permitir o usuário ver todo o mecanismo de funcionamento. Os interessados, no entanto, terão de ser rápidos: o Brasil receberá apenas dez peças.

ALÉM DAS ELEIÇÕES
Juan Quirós, presidente da Apex, assina hoje convênios para garantir a continuidade das ações de promoção das exportações para além das eleições. Os parceiros são seis entidades setoriais de objetos de decoração e cinema a materiais de defesa e produtos gráficos. O investimento é de R$ 19 milhões.

TECNOLOGIA
A Value Team, do grupo italiano de TI Value Partners, acaba de consolidar a compra das brasileiras Relacional e Mitsucon. A operação representou investimento de R$ 28 milhões.

NOVA LOJA
A Lojas Americanas inaugura mais uma unidade da rede na próxima semana. A loja fica na no Parque da Mooca, em São Paulo. Com investimentos de R$ 2,5 milhões, o local terá mais de 20 mil m2 de área de vendas.

SAMBA NA ACADEMIA
A Nacional Academy of Science dos EUA acaba de ganhar seu sexto membro brasileiro. O economista e matemático Aloisio Pessoa de Araújo, professor da EPGE/FGV, acaba de ser eleito membro da instituição, que tem mais de 2 mil pesquisadores, sendo 61 de economia.


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