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MERCADO
Presidente do Fed diz que órgão poderá precisar avaliar as condições econômicas; petróleo deve gerar inflação
Bernanke sinaliza
pausa no aumento
dos juros nos EUA
VIKAS BAJAJ
DO "NEW YORK TIMES"
O Fed (Federal Reserve, banco
central dos Estados Unidos) pode
fazer uma pausa em sua campanha para aumentar as taxas de juros de curto prazo, disse seu presidente, Ben S. Bernanke, em audiência no Congresso, ontem.
Segundo ele, embora a economia esteja com boa saúde, enfrenta a perspectiva de desaceleração
e maior inflação devido ao esfriamento do mercado imobiliário e
ao aumento de preços da energia.
Bernanke disse que os riscos de
aumento da inflação e de redução
do crescimento talvez não estejam "totalmente equilibrados" e
que o Fed pode decidir, em algum
momento neste ano, conter temporariamente novos aumentos de
sua taxa básica de juros, hoje em
4,75% ao ano, para que possa coletar mais informações.
As declarações parecem se destinar a dar ao Fed maior flexibilidade, ao se aproximar do fim de
quase dois anos de aumento dos
juros. Em comentários anteriores,
os diretores do Fed indicaram fortemente que aumentariam a taxa
para 5% na reunião de 10 de maio
próximo, mas que futuros aumentos dependeriam de dados
econômicos.
"Em especial, mesmo que na
avaliação do comitê os riscos para
suas metas não estejam totalmente equilibrados, em certo ponto
no futuro o comitê pode decidir
não tomar medidas em uma ou
mais reuniões no interesse de ter
mais tempo para receber informações relevantes à previsão",
disse Bernanke ao Comitê Econômico Conjunto do Congresso.
A declaração de Bernanke animou as Bolsas dos EUA, já que os
juros mais baixos significam menores custos para empresas e
mais gasto dos consumidores. A
Bolsa de Nova York fechou a
11.382,51 pontos -alta de 0,3%.
O fim da alta dos juros nos EUA
também é positivo para os países
em desenvolvimento, porque,
quando os títulos norte-americanos rendem mais, os investidores
tendem a tirar dinheiro de emergentes para investir nos EUA, que
é considerado mais seguro.
Petróleo
Bernanke disse que o aumento
dos preços do petróleo e outras
fontes de energia até agora não
provocou inflação mais ampla
porque as empresas se tornaram
mais produtivas. Mas existe um
perigo, disse ele, de que as empresas possam repassar parte maior
de seus custos de energia porque a
economia vem ganhando força.
"Os crescentes preços da energia apresentam riscos para a atividade econômica e para a inflação.
Se os preços da energia se estabilizarem neste ano, mesmo em um
nível alto, seus efeitos negativos
sobre o crescimento e a inflação
deverão diminuir um pouco com
o tempo. No entanto, como o
mundo tem pouca capacidade excedente de produção de petróleo,
altas periódicas nos preços continuam sendo uma possibilidade."
Tradução de Luiz Roberto
Mendes Gonçalves
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