São Paulo, terça, 28 de abril de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa de SP tem maior queda do ano

da Reportagem Local

A expectativa de alta nos juros básicos dos EUA pelo Fed, o banco central norte-americano, derrubou as Bolsas em todo o mundo. A Bolsa de Valores de São Paulo teve queda de 5,72%, a maior do ano.
O pessimismo começou na Ásia, com as Bolsas caindo diante do fracasso dos inúmeros pacotes econômicos do governo japonês. Passou pela Europa e chegou em Nova York. O índice Dow Jones, das 30 ações mais negociadas, teve quedas que ultrapassaram 2%, para fechar em baixa de 1,62%.
Segundo avaliam analistas, a queda de Nova York pode repercutir novamente hoje, desta vez nos mercados asiáticos.
Os boatos sobre a possibilidade de uma elevação nas taxas de juros básicas dos EUA começaram na semana passada, pressionando as cotações dos títulos do Tesouro dos EUA de 30 anos.
Ontem, o "The Wall Street Journal" publicou reportagem informando que o Fed subiria mesmo os juros, o que aumentou o nervosismo do mercado.
Para piorar, foi anunciada a alta nas vendas de casas usadas nos EUA em março, de 2,5%, quando os analistas esperavam queda. Os investidores reforçaram suas teses de que, para parar o crescimento econômico norte-americano e segurar um repique inflacionário, o Fed terá mesmo de subir os juros.
Resultado: os juros pagos pelos papéis de 30 anos do Tesouro dos EUA tiveram a maior alta em três meses, ultrapassando a barreira histórica dos 6% ao ano.
Também no Brasil os juros subiram, com as projeções para a TBC, a taxa básica de juros, em 24,40% ao ano, contra os 24% do fechamento de sexta-feira.
Apesar de o governo brasileiro ter feito nova alteração na banda informal de variação do real, as cotações ficaram acima do piso.
Até as 18h, haviam saído US$ 40 milhões pelo comercial US$ 4 milhões. Mas a pressão nas cotações do real não vinha daí, mas do pessimismo internacional, diziam os analistas.
No mercado futuro de dólar, também houve pessimismo, mas mais moderado. Os papéis com vencimento em junho, com maior liquidez, projetavam desvalorização de 0,84% ontem, contra os 0,81% de sexta-feira.
As indefinições quanto às reformas, segundo os analistas, também não ajudam os mercados no Brasil.(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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