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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa de SP tem maior queda do ano
da Reportagem Local
A expectativa de alta nos juros
básicos dos EUA pelo Fed, o banco
central norte-americano, derrubou as Bolsas em todo o mundo. A
Bolsa de Valores de São Paulo teve
queda de 5,72%, a maior do ano.
O pessimismo começou na Ásia,
com as Bolsas caindo diante do
fracasso dos inúmeros pacotes
econômicos do governo japonês.
Passou pela Europa e chegou em
Nova York. O índice Dow Jones,
das 30 ações mais negociadas, teve
quedas que ultrapassaram 2%, para fechar em baixa de 1,62%.
Segundo avaliam analistas, a
queda de Nova York pode repercutir novamente hoje, desta vez
nos mercados asiáticos.
Os boatos sobre a possibilidade
de uma elevação nas taxas de juros
básicas dos EUA começaram na
semana passada, pressionando as
cotações dos títulos do Tesouro
dos EUA de 30 anos.
Ontem, o "The Wall Street Journal" publicou reportagem informando que o Fed subiria mesmo
os juros, o que aumentou o nervosismo do mercado.
Para piorar, foi anunciada a alta
nas vendas de casas usadas nos
EUA em março, de 2,5%, quando
os analistas esperavam queda. Os
investidores reforçaram suas teses
de que, para parar o crescimento
econômico norte-americano e segurar um repique inflacionário, o
Fed terá mesmo de subir os juros.
Resultado: os juros pagos pelos
papéis de 30 anos do Tesouro dos
EUA tiveram a maior alta em três
meses, ultrapassando a barreira
histórica dos 6% ao ano.
Também no Brasil os juros subiram, com as projeções para a TBC,
a taxa básica de juros, em 24,40%
ao ano, contra os 24% do fechamento de sexta-feira.
Apesar de o governo brasileiro
ter feito nova alteração na banda
informal de variação do real, as
cotações ficaram acima do piso.
Até as 18h, haviam saído US$ 40
milhões pelo comercial US$ 4 milhões. Mas a pressão nas cotações
do real não vinha daí, mas do pessimismo internacional, diziam os
analistas.
No mercado futuro de dólar,
também houve pessimismo, mas
mais moderado. Os papéis com
vencimento em junho, com maior
liquidez, projetavam desvalorização de 0,84% ontem, contra os
0,81% de sexta-feira.
As indefinições quanto às reformas, segundo os analistas, também não ajudam os mercados no
Brasil.(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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