|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RENEGOCIAÇÃO
Item do Refis 2 havia sido derrubado pelo Senado na semana passada
Câmara restabelece anistia a devedor
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a chancela da base governista, à exceção do PT, a Câmara
dos Deputados aprovou ontem o
restabelecimento dos controversos pontos do projeto que altera a
MP nš 107 que foram derrubados
pelo Senado, entre eles o que abre
a possibilidade de suspensão do
processo judicial contra empresas
acusadas de crimes contra a ordem econômica e tributária.
Questão mais polêmica do projeto, o artigo determina a suspensão dos processos judiciais movidos contra as empresas que aderirem e seguirem as regras do Refis
2, programa de refinanciamento
de débitos com a União também
previsto no texto.
As principais beneficiadas seriam cerca de 90 mil empresas
que recolheram as contribuições
previdenciárias dos funcionários,
mas não as repassaram ao INSS,
além das que não depositaram o
valor referente ao FGTS.
Apesar de ter sido derrubada no
Senado devido à ação da base aliada ao governo, o ponto foi retomado ontem na Câmara por meio
de acordo de lideranças. O texto
vai agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A MP revelou um racha na base
governista. Além da oposição dos
senadores aliados ao Planalto, o
assunto sofreu oposição ontem
também da bancada do PT na Câmara, que se declarou, por meio
do líder do partido, Nelson Pellegrino (BA), contrária ao restabelecimento da anistia, apesar de o
relator do projeto ser do PT, o deputado Professor Luizinho (SP).
"Queremos deixar claro que
não se trata de anistia ou perdão.
Não é anistia porque não anula.
Trata-se de suspensão. Este texto,
que alguns acharam abominável,
que foi achincalhado e visto como
sendo anistia e perdão aos olhos
do povo brasileiro, é exatamente
o mesmo texto votado por quem
ora pode ser senador, mas, à época, era deputado e votou, por consenso, neste plenário", afirmou
Luizinho, em uma clara referência ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que liderou a derrubada desse item no Senado.
O relator afirmou que restabelecia o ponto atendendo a acordo
firmado entre os partidos da oposição e da base aliada e que contou
com a orientação dos ministros
José Dirceu (Casa Civil), Antonio
Palocci Filho (Fazenda) e Ricardo
Berzoini (Previdência).
Além da anistia, a Câmara restabeleceu a inclusão de corretores
de seguro e de firmas de contabilidade no Simples (sistema simplificado de pagamento de tributos).
Texto Anterior: Opinião econômica: Contra o garrote tributário Próximo Texto: Pós-guerra: Odebrecht quer "reconstruir" Iraque Índice
|