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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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PÓS-GUERRA

Construtora fez contatos para participar de obras financiadas pelos EUA

Odebrecht quer "reconstruir" Iraque

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A construtora Odebrecht, a maior do Brasil, iniciou contatos nos Estados Unidos para participar da reconstrução do Iraque. A Folha apurou ontem que representantes da empresa tiveram uma reunião em Washington na semana passada com o grupo norte-americano Bechtel, que participará da reconstrução do Iraque após a invasão pelos EUA.
O encontro entre a Odebrecht e a Bechtel foi para início de contatos. A empresa brasileira deixou claro seu interesse nas obras que o governo norte-americano financiará no Iraque. A Bechtel já venceu uma licitação realizada nos EUA que lhe garantiu contratos no Iraque para receber US$ 680 milhões em 18 meses.
Os entendimentos entre a Odebrecht e a Bechtel podem resultar na terceirização de obras, que ficariam a cargo da empresa brasileira. O governo Bush foi duramente criticado há alguns meses, quando disse que a reconstrução do Iraque seria realizada por empresas do seu país. Ele acabou recuando e afirmou que cerca de 50% das obras seriam terceirizadas. É justamente aí que a Odebrecht poderá atuar.
As estimativas sobre o valor da reconstrução do Iraque variam muito, de US$ 30 bilhões a US$ 100 bilhões. A Bechtel está encarregada de obras de recuperação das redes de energia elétrica e de saneamento.
A Odebrecht tem ótimos contatos nos EUA, o que pode facilitar sua participação nas obras que estarão a cargo da Bechtel. Atualmente a empresa brasileira está construindo um terminal no aeroporto internacional de Miami, assim como um centro de artes e entretenimento naquela cidade.
A maioria do faturamento da construtora vem do exterior. Cerca de 70% de sua receita bruta de R$ 4,32 bilhões em 2002 vieram de obras em outros países. Além dos EUA, ela atua na Venezuela, na Angola, no Peru, no Equador e em Portugal, entre outros países.
A Folha apurou que o embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Barbosa, está empenhado em atrair construtoras para as obras no Iraque. O secretário da embaixada Carlos Villa Nova disse ontem desconhecer o assunto. O embaixador não foi localizado.
Outras construtoras do Brasil podem participar do processo. A Mendes Júnior realizou muitas obras naquele país nos anos 70 e 80. Representantes da empresa não foram localizados para comentar o assunto.


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