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PÓS-GUERRA
Construtora fez contatos para participar de obras financiadas pelos EUA
Odebrecht quer "reconstruir" Iraque
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A construtora Odebrecht, a
maior do Brasil, iniciou contatos
nos Estados Unidos para participar da reconstrução do Iraque. A
Folha apurou ontem que representantes da empresa tiveram
uma reunião em Washington na
semana passada com o grupo
norte-americano Bechtel, que
participará da reconstrução do
Iraque após a invasão pelos EUA.
O encontro entre a Odebrecht e
a Bechtel foi para início de contatos. A empresa brasileira deixou
claro seu interesse nas obras que o
governo norte-americano financiará no Iraque. A Bechtel já venceu uma licitação realizada nos
EUA que lhe garantiu contratos
no Iraque para receber US$ 680
milhões em 18 meses.
Os entendimentos entre a Odebrecht e a Bechtel podem resultar
na terceirização de obras, que ficariam a cargo da empresa brasileira. O governo Bush foi duramente criticado há alguns meses,
quando disse que a reconstrução
do Iraque seria realizada por empresas do seu país. Ele acabou recuando e afirmou que cerca de
50% das obras seriam terceirizadas. É justamente aí que a Odebrecht poderá atuar.
As estimativas sobre o valor da
reconstrução do Iraque variam
muito, de US$ 30 bilhões a US$
100 bilhões. A Bechtel está encarregada de obras de recuperação
das redes de energia elétrica e de
saneamento.
A Odebrecht tem ótimos contatos nos EUA, o que pode facilitar
sua participação nas obras que estarão a cargo da Bechtel. Atualmente a empresa brasileira está
construindo um terminal no aeroporto internacional de Miami,
assim como um centro de artes e
entretenimento naquela cidade.
A maioria do faturamento da
construtora vem do exterior. Cerca de 70% de sua receita bruta de
R$ 4,32 bilhões em 2002 vieram
de obras em outros países. Além
dos EUA, ela atua na Venezuela,
na Angola, no Peru, no Equador e
em Portugal, entre outros países.
A Folha apurou que o embaixador do Brasil nos EUA, Rubens
Barbosa, está empenhado em
atrair construtoras para as obras
no Iraque. O secretário da embaixada Carlos Villa Nova disse ontem desconhecer o assunto. O
embaixador não foi localizado.
Outras construtoras do Brasil
podem participar do processo. A
Mendes Júnior realizou muitas
obras naquele país nos anos 70 e
80. Representantes da empresa
não foram localizados para comentar o assunto.
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